quinta-feira, 24 de março de 2016
terça-feira, 22 de março de 2016
Indispostos
Escrito por
Rodrigo Domit
Os opostos se atraem; E se enganam
Mas suas ações, sinceras, os traem
segunda-feira, 21 de março de 2016
Moro na “República de Curityba”
Escrito por
Angela Gomes
Sou cidadã brasileira, porém
Moro, por mera tolice
Dita “República de Curityba”.
Onde moro as leis são diferentes.
Questiono se,
Moro, sobretudo, por soberba e vaidade.
Irresponsável ou, quiçá, ardil;
Supostamente no suprassumo do poder,
Moro qual deidade, com a mídia alienante,
Fomenta confronto civil.
Disseminar
subterfúgios para “subjugar”
Representante democraticamente eleito
Parece,
no mínimo, desconfiável.
As
diferenças clamam por respeito.
Todos
têm ou não iguais direitos?
E, a
vestir as cores da bandeira?
Ideologias
separam pessoas, separam partidos.
Mas,
respeitadas as diferenças
Somos
todos, nação brasileira.
Imagem: da web
sábado, 19 de março de 2016
Sem Eira nem Beira
Escrito por
André Bortolon
Certa vez, fiz aqui uma rima
Sem nenhuma métrica
Apenas para levantar a estima
Em meio a uma situação tétrica
Por vezes, caótica
Para muitos, despótica
Que, independentemente de ótica
Segue sendo completamente idiótica
O assunto mais uma vez
É a tal da política
Que, mês após mês
Se tornou paralítica
Difícil de entender como uma mula
No caso, o ex-presidente Lula
E depois dele, uma jumenta
Conseguiu tornar-se presidenta
É tanto, mas tanto o cinismo
Dos que estão no poder
Que vão enfiando o país num abismo
Só mandando o povo se foder
É impressionante
E enervante
Em pleno século vinte e um
Enganar a todos, um por um
O refrão “Ordem e progresso”
Virou “Desordem e retrocesso”
Não há mais um pingo de respeito
E os calhordas ainda enchem o peito
Buscando sempre uma escapatória
Para essa situação vexatória
Se apoiam na ideia da democracia
Enquanto o país vive uma hemorragia
É, é foda mas é verdade
Toda essa insanidade
Essa máscara de falsidade
Já virou simples banalidade
Apenas para eu finalizar,
Até porque isso já está a me embrulhar
Essa é para você, político de terno,
Quero que você apodreça no inferno!!!
Sem nenhuma métrica
Apenas para levantar a estima
Em meio a uma situação tétrica
Por vezes, caótica
Para muitos, despótica
Que, independentemente de ótica
Segue sendo completamente idiótica
O assunto mais uma vez
É a tal da política
Que, mês após mês
Se tornou paralítica
Difícil de entender como uma mula
No caso, o ex-presidente Lula
E depois dele, uma jumenta
Conseguiu tornar-se presidenta
É tanto, mas tanto o cinismo
Dos que estão no poder
Que vão enfiando o país num abismo
Só mandando o povo se foder
É impressionante
E enervante
Em pleno século vinte e um
Enganar a todos, um por um
O refrão “Ordem e progresso”
Virou “Desordem e retrocesso”
Não há mais um pingo de respeito
E os calhordas ainda enchem o peito
Buscando sempre uma escapatória
Para essa situação vexatória
Se apoiam na ideia da democracia
Enquanto o país vive uma hemorragia
É, é foda mas é verdade
Toda essa insanidade
Essa máscara de falsidade
Já virou simples banalidade
Apenas para eu finalizar,
Até porque isso já está a me embrulhar
Essa é para você, político de terno,
Quero que você apodreça no inferno!!!
sexta-feira, 18 de março de 2016
Testemunho para o Futuro
Escrito por
ofilhodoblues
dessa noite fria,
eu escrevo pra vocês
que,
como testemunho
da frágil democracia
brasileira,
em
dezoito de março
de dois mil e dezesseis,
o ódio é o amor dos nossos dias.
André Espínola
O Sacrifício
Escrito por
Zulmar Lopes
Perdido naquele
inóspito lugar, ele se debatia procurando livrar a cabeça que ficara presa
entre os galhos de um arbusto um tanto ressecado pela aridez da região. Nervoso
ante o fracasso das tentativas e temendo pela possível asfixia, berrou por
alguns minutos, na vã esperança que o seu pastor o encontrasse, cordeiro
desgarrado e rebelde, fugitivo na intenção de conhecer o mundo que ele
desconfiava não estar restrito ao rebanho do qual pertencia. Empenhara fuga
sorrateira, escalando aquele monte ausente de qualquer pasto ou água com a qual
pudesse acalmar a sede provocada pela ansiedade da aventura. Quanto mais se
afastava do nível do mar mais as sensações de privação de fluidos e alimentos
provocavam o seu corpo, até que, diante de um solitário arbusto esquecido no
meio da imensidão de pedras e terra ressequida, os cuidados foram deixados de
lado e, por consequência ali ele se encontrou aprisionado a própria sorte.
Fazia horas que o
incidente ocorrera e o cansaço já começa a abatê-lo. As pernas doíam, assim
como o pescoço apertado entre os galhos do arbusto. Sentiu arrependimento pela
ousadia da fuga. Melhor faria se fosse obediente como os outros cordeiros e se
mantivesse cortês, servil à família de pastores zeladora do rebanho. Porém,
temia o sacrifício e a morte que tantas vezes presenciara. Nem só de lã e leite
eles cordeiros tinham serventia. Eventualmente, um ou outro era abatido em
rituais estranhos ou mesmo para a carne fornecer alimento aos pastores e aquilo
o revoltava. Tanto bem eles cordeiros
faziam à família, dando o sustento necessário para a sua sobrevivência e, como
prêmio alguns recebiam a degola na ponta da faca. Sua vontade em desbravar o
mundo aliada ao temor da morte, para ele injusta, reforçaram a decisão da fuga.
Estava quase
desistindo, aceitando passivamente o seu fim quando percebeu duas figuras
humanas aproximando-se. Imaginou que
talvez fosse o pastor com um dos seus filhos que seguira o seu rastro marcado
no chão infértil daquele monte e seu coração encheu-se de esperança pela
salvação. Pensou em berrar para que a dupla o localizasse, mas, á medida em que
os dois humanos se aproximavam, não distingiu em nenhum deles alguém conhecido,
e preferiu, assim, exercer a prudência. Tratava-se de um homem já entrado na
velhice, acompanhado de um jovem imberbe. O rapaz trazia entre os ombros um
pesado feixe de lenha que o encurvava a cada passo. Um pouco a frente, apoiado
em um cajado, vinha o ancião, levando um cutelo na mão esquerda.
Pararam cerca de 100
metros do arbusto que mantinha o cordeiro aprisionado. Descarregaram seus
pertences e iniciaram desanimada confabulação. Seguindo as ordens do mais
velho, o jovem começou a recolher pedras de tamanhos medianos e dispô-las de
modo a formar uma mesa retangular. De onde se encontrava, o cordeiro atinou que
a construção lembrava os altares onde seus companheiros de rebanho eram
eventualmente sacrificados naqueles inexplicáveis rituais de fogo que ele tanto
temia e, assustado, procurou ocultar-se ainda mais no arbusto que, antes
carcereiro, agora lhe servia como protetor.
Foi quando o tom da
conversa entre os homens pareceu sofrer certa transmutação. O cordeiro divisou
no semblante outrora sereno do ancião sinais de desespero enquanto o rapaz
metamorfoseava em sua face a obediência decepcionada. Não compreendeu o
cordeiro a atitude do menino quando se deixou de modo resignado que o velho o
amarrasse. Os dois caminharam para o altar improvisado e o jovem pousou sua
cabeça sobre imitação de távola. Agora, o cordeiro observava que os dois
choravam. Parecia também que os céus cairiam em pranto visto o tom pesado das
nuvens cinza-chumbo que o vento carregava para o monte. O velho rezava. O jovem
também parecia em oração. O cordeiro, prisioneiro em seu esconderijo, esperava
curioso, o desenrolar dos acontecimentos.
Viu o cordeiro o braço
direito do velho tomar o cutelo e posiciona-lo à altura do pescoço do rapaz.
Misto de dúvida e horror passeou por sua mente. Acaso os homens sacrificavam-se
entre si? Resoluto, o ancião levantou o cutelo e mirou a cervical do jovem,
pronto para o golpe final. O terror tomou-lhe de assalto e o animal deixou
escapar um berro que se espalhou pelo lugar através do vento que preludiava uma
tempestade.
O velho então estancou
a pancada derradeira e descobriu o cordeiro preso a armadilha natural do
arbusto. Uma alegria incontida tomou o seu ser, deixando o animal ainda mais
desnorteado com os acontecimentos que presenciava. Enquanto chorava, levantando
em conjunto as mãos para os céus em agradecimento, dirigiu-se para o altar de
sacrifícios no intuito de libertar o rapazinho trêmulo diante da morte que em
segundos se fizera vida em razão de um golpe abortado. Os dois se abraçaram e
encararam o animal. O cordeiro sentiu-se aliviado. Por algum motivo, ele havia
feito o ancião mudar de ideia e não sacrificar o jovenzinho e, em
contrapartida, seria ele libertado como prêmio.
Os dois homens
cuidadosamente separam os galhos, livrando o animal da incomoda prisão mas, ao
invés da liberdade, o cordeiro foi surpreendido pelas cordas amarrando suas
patas. Compreendia agora o que iria se suceder enquanto era levado para o
altar. Berrava em desespero diante do pavor pela morte que se aproximava. Bando
de malditos, raça vil a humana, bradava mentalmente. Amaldiçoou aqueles homens
e seu olhar, longe do perdão, denotava o mais extremo ódio quando o cutelo
atingiu seu pescoço. Sentiu o sangue molhar o pelo alvo a ainda teve tempo de
perceber e o cheiro nauseabundo das suas carnes começando a serem consumidas
pelo fogo antes de perder por completo a razão.
quarta-feira, 16 de março de 2016
Cuspindo sangue em manhãs de glória
Escrito por
Júlio Freitas
encarou
as paredes
atirou
o copo
mastigou
os cacos
e
bebeu a canha
da
garrafa
a
noite estava somente começando
os
outros celebravam qualquer coisa
suas
vitórias, talvez
e
ninguém nunca iria entender
que
nenhum mal
ou
dor
da
vida
jamais
iria
afetá-lo.
segunda-feira, 14 de março de 2016
Assinar:
Postagens (Atom)