Matheus Costa
Ali seu Zé cantarolavaAssobiava um samba
E descansava o pé sobre o poste
Enquanto esperava o sinal fechar.
D'outro lado dona Maria
Pensava nas unhas
E ajeitava a saia curtinha
Que os carros ajudavam a subir.
Num arruma-arruma do que olhar
As coxas brasileiras da Maria
Deram força ao samba do Zé
Embaladas num molejo discreto e safadinho.
Das coxas facinho subiu pros seios
E pra boca e pros olhos
Um amor quase à primeira vista
– Das coxas pros olhos.
E se olhando continuaram
Disfarçando o sorriso
Dos olhos risonhos
– Eles já podiam se casar.
Aí, num súbito de sede e cegueira
Sem desgrudar os olhos dos olhos
A Maria confiou no Zé
Que confiou na Maria primeiro:
Atravessaram a rua assim
Se olhando e se olhando
E torcendo por um esbarrão
Que acabou um caminhão por fazer.
eu devo ser um idiota sentimental, mas eu realmente gostei
ResponderExcluir"A Maria confiou no Zé
Que confiou na Maria primeiro"
cara, isso foi ótimo
parabéns
Eu acho que você escolheu bem.Esse é um dos seus que eu mais gosto.Parabéns Matheus, atual, moderno, como você.Beijão
ResponderExcluirPoisé, muito diferente e curioso. O final, bem conduzido, lembra a marginália infeliz que parece impedida de se realizar.
ResponderExcluirQuando vi o jeitão de poesia minhas luzes internas de rejeição sinalizaram vermelho. Li só um trechinho e mais um e outro mais.
ResponderExcluirLeitura saborosa. Li e apreciei até o fim. Tanto quanto uma cachaça de alambique.
"D'outro lado dona Maria
ResponderExcluirPensava nas unhas
E ajeitava a saia curtinha
Que os carros ajudavam a subir".
Amei estes versos.
Um poema/crônica se é que isto existe.
Meus parabéns!
hehehe!Muito bom Matheus, apesar do final trágico. E felicidade plena nao existe e teu poema nem é novala da Globo.
ResponderExcluirRapaz, só achei estranho aquela fala ali, com travessão e tudo.
Rapaz, você e os demais estão com sorte.
Sumiram com a possibilidade de haver comentários na minha crônica.
Vou perguntar para o Barman né?Acho ele talvez saiba onde se deu a falha técinica.
hehehehehe
heheheheeh!
Reitero o que já disse um dia: Curto prá caramba este poema. Mas continuo sem conhecer a tal música...
ResponderExcluirficanapaz!
Gostei! O poeminha é bem leve e bem conduzido. O final é e não é trágico. Da forma como o Matheus conduziu, com bom humor e ginga, a coisa ficou mais engraçada do que violenta. :-)
ResponderExcluirEu não gostei muito do verso "D'outro lado dona Maria". Não sei, mas achei a contração um pouco deslocada da estética do poema. Além disso, ela me remete mais a um "de outro lado" do que "do outro lado"... Bem, só um pitaco deste detalhista incorrigível que humildemente vos fala. ;-)
Fantástico!!! Um poema estilo crônica. Gostei e muito!
ResponderExcluirBom texto, bem desenvolvido, e , sobretudo , brasileiro sem recair na armadilha do Regionalismo.
ResponderExcluirUm de seus "escritores" COPIOU meu texto inteiro!!!!!
ResponderExcluirEu quero a retirada do texto e um pedido de desculpas!!!!
MEU TEXTO: RELÓGIOS – PUBLICADO EM 27/02/2007
A CÓPIA: Terça-feira, 13 de Março de 2007
Mente humana?