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terça-feira, 3 de abril de 2007

Ainda me restam duas bolas

O que é difícil para muita gente entender é que a vida é como um jogo de pinball: por mais habilidosos e persistentes que sejamos, não há como impedir que num lance qualquer, por puro capricho do destino, a sua bolinha vá para o buraco.

Ao contrário do que tentam nos fazer crer, até onde se sabe, a índole pessoal, seja boa ou má, não tem o poder de afetar, mesmo que minimamente, uma máquina de pinball. No entanto, se criam leis e regras de conduta baseados quase que exclusivamente sob essa égide, que tem por finalidade satisfazer aqueles que – talvez como você próprio – não conseguiriam viver sem acreditar em um objetivo maior para perseguir.

Você que anseia por explicações, deve antes de tudo perceber que o máximo a que sua “mitologia” lhe permite chegar é a uma porca distinção entre tragédias, comédias e “justiça”, mais ligada a suas próprias afeições que aos critérios objetivos ou lógicos que supostamente deveriam nortear tais tipos de conceituações em eras de avançada ciência e tecnologia como a atual. Tudo para permitir àqueles que desejam “lutar” por seus sonhos, que obliterem o fato de que lutar deveria ser uma atitude empregada apenas em casos extremos.

Nesse caso, ou se admite que nascemos, vivemos, e possivelmente haveremos de morrer em tal situação extrema que exige o emprego de luta diária, ou admite-se a ignorância de quem empregou erroneamente, sabe-se lá por quanto tempo, o termo luta.

Atualmente, exige a honra que se viva a vida com a indiferença de quem a sabe tediosa e previsível como uma partida de pinball na tela do computador. Mas ainda isto é preferível às predeterminadas surpresas impostas pelo cotidiano.

A não ser para quem se rebaixa a comportar-se como cão, criança, ou qualquer outro tipo de animal ingênuo, eternamente feliz, entusiasmado e rebolativo ante qualquer mínima demonstração da fudegabilidade coletiva humana.

Ps: As idéias e opiniões emitidas neste texto não refletem a posição adotada pela emissora deste blog ou sequer a do próprio autor, sendo de responsabilidade das entidades que lhas insuflam em sua pobre mente influenciável. E os anjos digam amém.

Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves

13 comentários:

  1. Sua criatividade traz uma refleção oportuna: como a vida escorre, independente de jogarmos bem ou mal com as "bolas" que temos.

    ficanapaz!

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  2. a maior mentira que construíram como "objetivo maior" para perseguir foi Deus então? ele é perfeito e ninguém é. ta todo mundo tentando chegar lá.

    e olha q nem a porca distinção de "justiça" se tem. pergunta pra um jurista o q é justiça e ou direito. ele não vai saber falar e vai te ditar teorias diversas e diferentes. Miguel Reale (O genioso) X Hans kelsen(O virgem).

    ah! eu queria ter 10 anos e continuar me divertindo com brincadeiras atrás de uma guarda-roupa duas portas onde eu só via um grande navio pirata. Talvez tenha mais graça viver assim.
    To vendendo 9 anos e alguns meses, alguém quer comprar?

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  3. Tem horas que eu me pergunto: será que o Paulo sorri? Será que caga? Chora? Vc parece uma ficção cara.
    Teu pensamento sobre tudo é único, inteligentíssimo, contra tdo e todos, mas sem deixar de ter certa razão. Meio doido teu texto, aliás, como vc.Beijos

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  4. Não precisa nem dizer q o texto é ótimo, mas indo pra essência da coisa..

    Paulão, talvez os animais que vc diz inferiores, sejam melhores por sua simplicidade, eles não procuram lógicas, porquês, nem algo maior, eles só desfrutam o que a vida lhe traz, é o q resta nesse pimbal sem leis e de fim conhecido. Dera eu ser um animal desses, um dia chegarei lá!

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  5. Achei o texto, filosófico, reflexivo, um tanto pertubador e sobretudo brilhante.
    A bolinha sempre cai no buraco e "game over"

    Saudações!

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  6. a graça da vida vem do fato de estarmos jogando, seja pinball ou Street Fight, o importante é aprendermos a nos acustumar com o fato de que não temos mais tempo para sonhar pois agora é a hora de viver e não apenas existir.
    TEXTO EXELENTE VIAJEI

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  7. muito blábláblá, muita filosifice. e, sendo sincero, o texto é uma droga. é metido, pernóstico. pretensioso. como este comentário, só que bem pior.

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  8. intrigantemente mto bom Paulo!
    e o PS ficou ótimo
    aeiuhaeiueahea
    mto bem bolada a analogia ao jogo pinball, acho que vou jogá-lo
    flew!

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  9. é, mostrou os fatos e defendeu bem

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  10. Tô chapado. E surpreso.
    E arrebatado. E... Aplaudindo...

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  11. prefiro jogar pinball em maquininhas de verdade, pelo menos quando a bola cai, não é virtual, é real...

    Paulo, Paulo...sempre irocinicástico...hehehe

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  12. hehehe! Discípulo da vida. Andador de ruas. Cervejeiro de buteco.
    É isso aí, uai!!!

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