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quinta-feira, 19 de abril de 2007

Solidões.

Já não é tão tarde, porta fechada
E quem bate não espera o toque
Acordar quem dorme a noite de um dia

Já não é tão tarde, trava solta
E quem chega não entra por medo
De espantar a dor de quem sofre

Já não é tão tarde, madrugada beija
Um vazio de quem chega e foge
Distância somada a insegurança

Já não é tão tarde...
E quem está morre a verdade de sentir
O que sente o outro sem confirmar

Já não é tão tarde, tristeza dopada
E quem é saudade se faz busca
Já não é tão tarde, o outro se trancou

(_Bata! Entre!).


Eliane Alcântara.

10 comentários:

  1. Achei de um sutileza bela, imagens que se fundem, coisa interior. Aquela vontade de dizer algo (estar à porta), entregar a mensagem, pedir atenção. Bata, entre. Havia receptividade, muito embora quem estava de fora tremesse de medo.

    ficanapaz

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  2. Texto que em o diálogo interior/exterior, sonho/realidade marcam encontro e revela, sobretudo, em imagens sensíveis, que a vida e o viver são sempre possíveis. Bonito e de muita intensidade. Abraços.

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  3. ELIANE!!!

    Parabéns, adorei......



    Bjssssss

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  4. Cara Eliane:
    Nunca será tão tarde para a palava certa.A palavra que quem sofre aguarda.Sua poesia é sensível,como sempre e essa em particular me soa como um blues.Uma sensível canção para os sozinhos..Agradeço..
    Te deixo meus parabéns. Um beijo.
    paz e poesia

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  5. A porta quase sempre está destravada, resta coragem para dar um passo. Boa pedida para quem quer refletir sobre a solidão. Beijos

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  6. A porta quase sempre está destravada, resta coragem para dar um passo. Boa pedida para quem quer refletir sobre a solidão. Beijos

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  7. Entrei sem bater (podia?) e o que vejo é mais um belíssimo poema da Eliane.
    As imagens que vai criando ao longo do poema são deliciosas, mas destaco uma que me agradou particularmente: "tristeza dopada". Como a Eliane diz tanto com tão poucas palavras...
    Bom fim de semana.
    Beijos

    PS: parabéns a todos os autores que escrevem neste blogue (não conhecia), pois são todos muito bons.

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  8. "tristeza dopada"...
    Quanta poesia calcada em uma só expressão.
    Mana, cada dia mais fã destes teus dizeres.

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  9. Ola Eliane, tudo bem?
    Adorei o poema, posso por no meu blogger.
    Um beijo
    Célia

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As opiniões para os textos do Blog Bar do Escritor serão todas publicadas, sem censura ou repressão, contudo, lembramos que pertence ao seu autor as responsabilidades por suas opiniões e, também, que aqui agimos como numa mesa de bar, ou seja, quando se fala o que quer pode se escutar o que nem merece.