Páginas

quinta-feira, 7 de junho de 2007

CHAMA INTANGÍVEL


O sol me aquece.

Derrete-me, na verdade.

Liquefeito, me deito

No asfalto derretido

Da cidade.

Somos um, eu e o asfalto.

Atropelados por multidões

Que sequer percebem-nos.

Eu e ele, irmãos de ofício,

Nutrindo, o vício

De toda essa gente.

E o Sol, lá de cima.

Também ele na sina,

De derreter...

Derreter...

De derreter tudo.

De queimar tudo.

De dar vida a um mundo,

Que, também, não o percebe.

E esse é o papel possível,

Ele, chama intangível.

E, o asfalto e eu,

Tocados pelos pés

Dos que passam sobre nós,

Dos que buscam seus conceitos

E que lançam sua voz,

Dizendo, quiçá,

“Somos todos irmãos!"

Gente, como eu,

Ignorante , em um instante de contrição.

Adorando O Sol,

Em um ritual pagão

Tentando entendê-lo.

Tentando tocá-lo...

Mesmo que, a consciência,

Diga que não.

6 comentários:

  1. Adoração ao rei Sol, nossa, ficou lindo! Maestro vc hein...desliza brilhantemente no papel. Descreveu o Sol com conhecimento de causa que só os cariocas poetas sabem fazer. Tu me deixou boba aqui lindo. Amei.Beijão

    ResponderExcluir
  2. Ai ai, que esse moço escreve para o coração da gente aquecer...
    Perrone, saudades!
    Beijo!

    ResponderExcluir
  3. Interessabte ode ao Sol, que queima mais aquece.

    ResponderExcluir
  4. destaco os versos:
    "Ignorante , em um instante de contrição.
    Adorando O Sol,
    Em um ritual pagão"

    ResponderExcluir
  5. Cara, forte como a luz do sol. Maneiro. Imagens definidíssimas.

    ficanapaz!

    ResponderExcluir
  6. Gostei muito. As imagens estão bem construídas.

    ResponderExcluir

As opiniões para os textos do Blog Bar do Escritor serão todas publicadas, sem censura ou repressão, contudo, lembramos que pertence ao seu autor as responsabilidades por suas opiniões e, também, que aqui agimos como numa mesa de bar, ou seja, quando se fala o que quer pode se escutar o que nem merece.