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sexta-feira, 13 de julho de 2007

Deserto Quente e Sangue Mouro

(ao meu pai)

Por Anderson H.



tuas dores,
dunas ao vento,
me arrastam.
.
não sou imune
à força
que te esfola
os joelhos,
.
não me ausento
do espelho
em que te penteias,
.
não me afasto
das tuas veias,
da tua carne
e do teu couro:
.
- o recorte
do sertão deserto
cimitarra
em nosso sangue mouro!
.
Anderson

9 comentários:

  1. Falar de heranças, da figura paterna, de seu sangue é um resgate incrível, feito em versos como seu, alcanças o apogeu poético de encontrar-se, perdendo-se em sua própria dimensão, lindo...

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  2. uau, sangue mouro? deve ser sua origem a especialidade na poesia.

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  3. Reflexo de espelhos hereditários, o amor que vem da areia e do sangue nos joelhos (quando se está de quatro!) saltou aos meus olhos quando li essas linhas. Beleza!

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  4. Incrível, difícil de escrever, me inveja aescrita e o sentimento que é tão difente do meu, o oposto certamente.
    Bravo!
    MJ

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  5. Cimitarra, "pexera" rasgando a veia grossa do sangue ralo! Maravilhoso, como toda sua escrita!

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  6. Anderson, adoro tuas coisas. Cada vez mais talentoso. Tens uma característica que apaixona, uma coisa de terra, regional. Beijos

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  7. ARQUITETO

    Construir uma noite é fácil demais
    Basta juntar todos os pesadelos
    E deixar-se embriagar pelos luares
    Desembaraçar estrelas aos novelos
    Tecendo distantes constelações
    Nos nadas azuis do firmamento imóvel
    Até que as distâncias unifiquem os tons
    Parindo do escuro a negritude móvel.

    Mais complicado é inventar o dia
    Tem-se que ser operário da luz
    Colher claridade do claro que se irradia
    E bordar da luz do sol pontos de cruz.

    Um abraço
    Naeno

    www.poemusicas.blogspot.com

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  8. Anderson, incrível como bom é
    eaiaehiaehe

    flew!
    parabéns, mais uma vez...

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  9. Esse estilo, eu não canso de me encantar. Sucesso, poeta!

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