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sábado, 28 de julho de 2007

Metamorfoses surreais

Se minhas princesas suicidaram-se
ou morreram de overdose
Se o eco devolveu palavras que não derramaram-se da minha boca
ou sofreram metamorfoses
Se meu veneno não matou nenhuma erva daninha
e meu comportamento é hediondo em manias
me resta o alívio do gesto assassínio em contos de fadas
e a calidez do poente doente
almas mortas curvando-se sob os pés de musas loucas
e o lamento irritante de flechas tontas
que nunca alcançam os inocentes...

Clonaram minha alma enquanto eu dormia
e agora a Outra faz coisas que eu nunca faria
Pinta arco-irís medonhos
e cravos de defuntos
em jardins de espantos
Deposita tristezas nos olhos já mortos
E infla de fantasias os cerébros tortos

Da linguagem surreal
já aprendi o abecedário
Agora só me resta
Rabiscar labirintites no santo sudário

4 comentários:

  1. Muito bonito e interessante o seu poema.

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  2. Adoro temas assim.Um pitaco: versos curtos deixam sempre a poesia elegante. Não necessáriamente, fazer redodilhas.Mas sua criatividade é quem manda.ABS

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  3. Como sou um cara educado, começarei pedindo desculpas pelo uso do vocabulário:

    putaquepariu!

    Esse começo, as quatro primeiras frases era tudo o que eu diria hoje mesmo!

    Poema com vontade, com vísceras e sinceridade.

    Tá gostado, caráleo!

    ficanapaz

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