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quinta-feira, 19 de julho de 2007

Pedestal do medo

Por Eliane Alcântara
Não posso ousar-te a voz se em mim grita o silêncio
Daquela que eclipsa o dia no corpo de quem ama
E morre sem dizer palavra que valha ternura
Na lembrança de quem não parte, saudade.

Querer-te no compêndio de dias secretos
É castigo para quem não cala o coração moleque
Na pinguela das emoções de quem atua a vida
Nos cenários escondidos de quem não aplaude.

Por tanto que doa o drama de poetar-te
Rima sem cabimento no viés dos olhos
Beijar-te não devo se me atrevo a não chorar
A ordem que foste no tango de um passo errado.

Uma parte da porta aberta revela o interior
De quem fecha por medo do desarranjo o vento
E conceituar-te não-amor é erro para quem sabe
Da suave brisa que conhece os cômodos de quem cala.

Ousar-te o querer sem beijar-te
É chorar o conceito de quem não sabe,
Embora saiba da vontade de viver-te
E consome-se, no pedestal do medo.

7 comentários:

  1. O eu lírico se digladiando por um desejo que não pode (fisica ou moralmente) completar... A satisfação do desejo ou a conduta ilibada? Resta o medo.

    E de se fazer altas analogias. E acho que ainda há muita água sob esta ponte...

    ficanapaz

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  2. Mão Branca, obrigada pela postagem.
    BH continua ótimaaaaa : )
    Deveras, valeu : )
    Obrigada pelo atencioso comentário, ui, ui!!!

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  3. Gostei, Eliane. Interessante. Saudades das postagens no seu blog. Beijinhos.

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  4. oi amei o que li****e super divertido a imaginaçao ela voa,cria,vive cada momento como se fosse unico....e nos tbm vivemos estes momentos unicos com o escritor e suas poesias,obrigada por este momento unico sempre quando de vou passar aqui neste boteco ate breve.

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  5. Versos livres e desempedidos.Um pouco de metapoesia na extrapolação do tema. Isso é bom!

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  6. Isso é poesia de gente grande...

    Parabéns!!!!!!

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As opiniões para os textos do Blog Bar do Escritor serão todas publicadas, sem censura ou repressão, contudo, lembramos que pertence ao seu autor as responsabilidades por suas opiniões e, também, que aqui agimos como numa mesa de bar, ou seja, quando se fala o que quer pode se escutar o que nem merece.