Páginas

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Convaidada Allanna Menezes



 Fim de estiada

chuvarada
.
o que tanto pesa
nesses
que caiam
que tanto pinga
desses olhos
e tanto pesa
tanto chove
nessa cara
já nem sei se é
mesmo amor
ou outra peça
----------------------------------
tiro o mundo da tomada
preparo um café
e a velha cadeira,
herança de avô.
é,
com chuva
me deixam assim
fechada para balanço.
--------------------------------------
da janela espiava a chuva
afinada em si
fina, tão fininha
mais parecia
seus cabelos, vovó
num coque
conforme o vento
e o tempo
---------------------------------------
chuva
cor de nada
feito vento
ou feito deus
por isso
insiste em deixar
multicor
esse céu atrás de si
------------------------------------------
quando saí do trabalho
a danada me esperava
molhada como sempre
e eu ali, duro
.
sem dinheiro pro táxi.
me encharquei todo.
------------------------------------------
elegia da chuva
nada mais fazia senão chover
chovia por poros abafados em tule preto
e seguia o gotejo
e seguia o cortejo
.
---
Allanna Menezes

2 comentários:

As opiniões para os textos do Blog Bar do Escritor serão todas publicadas, sem censura ou repressão, contudo, lembramos que pertence ao seu autor as responsabilidades por suas opiniões e, também, que aqui agimos como numa mesa de bar, ou seja, quando se fala o que quer pode se escutar o que nem merece.