(Sonia Cancine)
.
A sina da vida me ensina amar
- sem narcisismo, eu sei -
Embora a luta persista no mundo
A maior delas é vencer a si mesmo.
No instante do amargo sabor
Que [aos teus olhos]
Peregrinam no barco da dor
O entendimento confuso
No mar dos pensamentos, navega.
Mas no teu barco junto ao vento
E nas ondas do teu olhar
Navegam sentimentos.
Carregada de um silêncio mortal
Abro a janela, entreaberta do caos
E não reconheço o arrebol
Que outrora refletia emoções.
Será que não o deixei antes de à hora
Despontar-se a de mim?
É o íntimo abatido de face cansada
Cansada
De esquadrinhar sempre sozinha
No cais deserto, o meu barco.
De ouvir ecos na sombra da voz
Que clama em chama por liberdade?
De escapar infeliz das lições
E das artimanhas nas manhas
Deste mar de contradições...
Mas sobre a areia molhada
Tua voz eu escuto...
Afaga-me a alma numa onda calma
Ecos que chegam ao meu silêncio.
Páginas
▼
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
No cais deserto
Um comentário:
As opiniões para os textos do Blog Bar do Escritor serão todas publicadas, sem censura ou repressão, contudo, lembramos que pertence ao seu autor as responsabilidades por suas opiniões e, também, que aqui agimos como numa mesa de bar, ou seja, quando se fala o que quer pode se escutar o que nem merece.
Esse texto tem uma sensibilidade toda especial típica de seu interior. Poucas autoras escrevem dessa forma, gosto de ler suas obras.
ResponderExcluir