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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Segunda elegia

















o homem perturbado
dialoga com a vida
e há quem diga
que é um baseado
ou que é heroína
mas ele encena
a luta diária
de se dar por nada, na perda
no movimento do outros.

o homem entende
com seus olhos invertidos
vê o que ninguém mais consegue
enxuga seus lábios tardios
enfastiados de agonia
para tentar ser feliz
vomita Euclides da Cunha
e drogas ilícitas
para se livrar das grades.

o homem interna-se
só há grades nos outros
no mundo e em si
no retrair do músculo
na tensa paz vazia
nas ocupações diárias
tenta ser livre
e solta seu verbo
na Jaceguaí.

o homem olha-se
e não vê-se completo
vê-se coagido e liberto
e dança parado
com a fumaça do fumo
e se vai com ela
como se fosse o único
a ver, a sentir, amar e perder
tudo que desejou na vida.




(imagem de minha autoria)

3 comentários:

  1. Lindo poema e que imagem bela, olha eu sempre invejo quem consegue fazer várias linguagens linda
    linda

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  2. Quem somos nós para julgarmos as dores e as delícias de um outro ser? É quando nos fazemos de loucos que temos mais sanidade...
    Amei o blog, torno-me sócia seguindo o...
    Abraços e ótimo final de semana.

    ResponderExcluir

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