fantasma vago
ponto cego
no canto do olho
desaconteço
o mundo adolesce
treme e eu encolho
num canto desse quarto crescente
fotos, câmeras, manifestos
desvarios roucos
punhetas entrópicas
afogam ofélias
insepultas e castas
flutuam dormentes
recitando cantigas mortas
versos inúteis
resgatam insetos
riem dos manifestos
rasgam incunábulos
repletos de promessas
fatos, atos, ratos, mortos
falos, otelos, ralos, ateus
cubro teus ouvidos
protejo tua pele nua
enquanto danças evitando
roletas poliglotas
filtro meu olhar em verbos
traçando esses caminhos intransitivos
“quem lê tanta notícia?”
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