A paixão não é o mundo.
Que da mulher e do homem a porfia
Seja (de quanto há) o que mais vale ao ser
É a mais inerte e vã filosofia.
Nela teus sonhos hão de perecer
Quais tuas reflexões, à revelia;
Morrem a sanidade, o afã, o querer,
E os amigos (se é que os tiveste um dia...).
Tu mesmo morres, por conta da face
Que crias para a tua sobrepor,
Permitindo a outrem que teu fado trace.
Mas eis que também és o matador,
Pois não evitas que o ardor teu embace
A imagem turva a quem prestas louvor.
---
Daniel de Mattos
Nenhum comentário:
Postar um comentário
As opiniões para os textos do Blog Bar do Escritor serão todas publicadas, sem censura ou repressão, contudo, lembramos que pertence ao seu autor as responsabilidades por suas opiniões e, também, que aqui agimos como numa mesa de bar, ou seja, quando se fala o que quer pode se escutar o que nem merece.