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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pode ser um dia...


Pode ser um dia…

Há dias que quando vou à minha cidade materna, me questiono sobre a vida no campo, sobre a vida no Alto Minho. Do rodopio do trânsito caótico ao ensurdecedor borburinho das comadres que deambulam pela padaria e cabeleireiros, onde a vida alheia é posta a nu, fico com a sensação que não há mais que o belo sentir a natureza a falar por si.

Aqui neste recanto do Alto Minho a vida vai mais ao encontro dos meus desejos. Embora seja sempre um pelica que aterrou nestas terra bravias e em comunhão com a natureza, fico pensando que já devia ter feito esta decisão há muitos anos. Não existe nada que compre o sossego do interior minhoto, onde a vida segue o seu ritmo sem grandes sobressaltos.

Claro que é sempre um ato de coragem, deixar tudo para trás e sem família aposentar-me nestas terras lindas e verdejantes. Mas para tudo há sempre uma primeira vez, e esta foi certeira, direta ao meu aconchego desejado.

Pode ser um dia… em que o mundo dê-me as voltas, mas por enquanto quero viver estas dádivas que Deus me oferece, onde longe de enguiços levo a vida que escolhi para que meu trabalho dê os seus frutos. 

Muito embora, como todos sabemos que a vida não é nenhuma pera doce, podemos sempre aproveitar o que dela melhor se tira, e fazermos em comunhão com os nossos semelhantes o melhor proveito.

Pode ser um dia… em que as forças me faltem para elogiar a mãe natura, mas o meu olhar estará sempre lá, onde a visualização Dela poderá trazer novo enlace para melhor me sentir. Guardarei no coração a inspiração dos teus vales e serras que me fazes comtemplar num privilégio inigualável.

Pode ser um dia… em que o que resta de mim sirva para educar uma nova geração perdida nas interrogações.

Pode ser um dia… em que respirar os ares puros da serra me levem a acreditar num mundo melhor, onde a mentira e a opressão não tenha lugar em nós.

Pode ser um dia…

 

Quito Arantes

Portelinha

Castro Laboreiro

27/02/13

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