o bando aproximou-se cautelosamente do sem-noção que incutia medo por ser imprevisível. com o tempo, a convivência despiu a aura aparentemente nociva do sem-noção, o bando viu que ele era bom. nem era assim tão imprevisível, tava mais pra porra-louca. passaram, inclusive, a compartilhar algumas sem-noçãozices ou porra-louquices, definitivamente, o sem-noção era sangue-bom. mas, daí, chegou o coberto-de-razão e fodeu a porra toda. despejou uma carreta de argumentos absolutamente inatacáveis e ainda irrefutáveis que pareavam o sem-noção ao demônio mais vil e ignóbil lá dos quintos dos infernos. nada restou ao bando senão desprezar o sem-noção. nada restou ao sem-noção senão aceitar sua fatídica condição. o podre voltou à podridão. o tempo passou e o bando voltou a sorrir pois todos, indistintamente, tornaram-se cobertos-de-razão. quando em quando, brigavam, mas a razão falava mais alto. sempre.
Carlos Cruz - 16/11/2012
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