eis a mesa
as garrafas
o incensário
meus cotovelos
eis a janela
e o vento frio
do fim da tarde
um pardal entra voando
bate no teto
e nas paredes
e vai embora
eis minhas vísceras
assim expostas
dilaceradas
estranhas
eis minhas entranhas
eis o que arranha
minha pele
e a perfura
e não há cura
os desvalidos
solitários
alcoólatras
poetas da sarjeta
noturnos andarilhos
os mal-amados
suicidas
rejeitados
loucos
todos
todos
todos
são meus.
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