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sábado, 4 de julho de 2009

Um corpo enforcado


Desceu a corda lentamente pelo madeiramento que era suspenso por duas paredes, passou o laço pelo pescoço, deslizou o nó corrediço até atingir a nuca. Voltou-se para o espelho, olhou atentamente tudo a sua volta, suspirou, subiu no banquinho, se ajeitou, outra vez respirou, desta vez, mais fundo, virou o pescoço de um lado para o outro, relaxamento, fechou os olhos, respirou, novamente o pescoço, sentiu o vento marítimo, o som das ondas, ouviu o gracejo noturno. Balançou os pés para frente, para trás, apertou os olhos como quem diz, Estou com medo, o banquinho fraquejou, arqueou, lentamente, foi indo ao chão, árvore sendo serrada, ponte ruindo, castelos tombados... um corpo enforcado.

Um comentário:

  1. ah que bacana, a gente divide o mesmo dia aqui!!!


    puxa, esse enforcado tem um comportamento de criança..fiquei com peninha dele.

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