As fatias e o todo.
Embora eu tenha medo é na solidão que reconstruo-me,
é no silêncio profundo do mar que infiltro sonhos
e de lá só volto à tona quando estou leve das falhas.
Tudo o que aprendo são motivos para inteirar-me
no mundo dos homens de dores e crescimento.
Nunca vou ou volto antes do tempo. O outono concilia-me.
As sombras no prisma luz são crianças,
escadas desejosas de serem encontradas,
pisadas, desvendadas ao gosto único.
Nada abala-me em meu lar de reais fantasias
onde danço e canto sem olhares definhadores.
Olho-me e basta a aprovação da alma.
Coleciono silêncios, retalhos e asas.
São as cores a fonte dos meus passos
e os íngremes caminhos a certeza do melhor.
Ninguém tira-me da pele o viço
ou acorrenta meus pés ao desfiladeiro,
se caio permito-me o levantar. Há outras primaveras à espera.
Entre apelo e escolha eu nado e afundo...
Dentro de mim existe a força que contagia o fora,
embora eu tenha medo, eu existo, procuro-me,
banho-me de encontro e transpiro
não a que incentivam, mas a que resiste
e faz da construção a base da que sou: uma mulher feliz.
Eliane Alcântara.
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