Páginas

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Convidado Jorge Vicente

20


para que o corpo possa abrigar o vasto,

ressuscitando-se,

abrindo-se,

tornando-se dois, três, uma

infinidade de pequenos corpos

ou pequenas promessas de ser,

para que esse vasto

se revele imanente e abra o infinito

de cada raiz, de cada pequeno ser,

de cada pequeno olhar

aberto ao mundo,

para que esse corpo e esse vasto

desalinhem e tornem a criar,

numa criação real, vivente, sem linguagem

e com a memória viva

de um corpo sem espaços

necessária se torna

a promessa incondicional

de um sexo indiferenciado,

sem lugar absoluto

no seio da criação.

---

Jorge Vicente

---

Nenhum comentário:

Postar um comentário

As opiniões para os textos do Blog Bar do Escritor serão todas publicadas, sem censura ou repressão, contudo, lembramos que pertence ao seu autor as responsabilidades por suas opiniões e, também, que aqui agimos como numa mesa de bar, ou seja, quando se fala o que quer pode se escutar o que nem merece.