20
para que o corpo possa abrigar o vasto,
ressuscitando-se,
abrindo-se,
tornando-se dois, três, uma
infinidade de pequenos corpos
ou pequenas promessas de ser,
para que esse vasto
se revele imanente e abra o infinito
de cada raiz, de cada pequeno ser,
de cada pequeno olhar
aberto ao mundo,
para que esse corpo e esse vasto
desalinhem e tornem a criar,
numa criação real, vivente, sem linguagem
e com a memória viva
de um corpo sem espaços
necessária se torna
a promessa incondicional
de um sexo indiferenciado,
sem lugar absoluto
no seio da criação.
---
Jorge Vicente
---
Nenhum comentário:
Postar um comentário
As opiniões para os textos do Blog Bar do Escritor serão todas publicadas, sem censura ou repressão, contudo, lembramos que pertence ao seu autor as responsabilidades por suas opiniões e, também, que aqui agimos como numa mesa de bar, ou seja, quando se fala o que quer pode se escutar o que nem merece.