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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mensalmente

Há um vulcão escondido
De onde brota sangue grosso.
Forte, quente e vivo.
Lágrimas de algo que foi morto.

Ele jorra aos montes.
Escorre entre as minhas pernas
Limpando a dor ou o amor antigo.
E muitas vezes, suja o meu vestido.

O sangue se esparrama pelo chão,
Não faz cerimônias ou concessões
Apenas me afoga em seus braços lânguidos.
E reafirma algo que tento esconder.

Não há fruto, não há semente
Nem espera ou desespero
Apenas uma mulher que colore
De vermelho, o banheiro.

2 comentários:

  1. Gostei bastante do poema. Tomei até a liberdade de tomar emprestado do blog "cirandeira" para dialogar com o teu, este poema:

    Não ficas a guardar

    o silêncio

    do corpo

    Nem a dor

    nem a culpa

    quando a vida fenece

    Queres de ti lapidar

    as rosas sanguíneas

    Os rubis do teu útero

    quando o tempo se esquece



    Maria Teresa Horta, Lisboa, 1937.


    Abraços.

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