O que mais gosto quando estou na casa dos meus pais é o aroma de lar
Os pomares nos convidam para fora
Um passeio à meia luz
O sol ainda preguiçoso resmunga para brilhar
Do seu sono mais profano a lua apressada o fez despertar
Agora fora...os pomares a conversar
Os pássaros cintilando...esfomeados a dançar
Gosto do bálsamo...o perfume a abrolhar
Das flores...cardumes coloridos reluzentes do pomar
A noite chega e com ela ruídos invisíveis
Incógnitas indecifráveis esculpidos em minha mente
Tento interpretar as balbúrdias intranscendentes
À noite...no pomar...qualquer bicho vira gente
Insetos afloram nas paredes lisas
Deslizam pelos fachos luzentes da sala de estar
Combinam entre si a dança festiva
Jantam uns aos outros na sala de jantar
No meio do nada
Meio sonho...meio desperto
Onde a escuridão
Vela o sono...vela o inquieto
Antes do mergulho e de sonhar o mais belo
Antes de adentrar no cômodo modesto
Sinto a fragrância e me sinto por inteiro
Estou em casa...pomares...insetos...mas já vem janeiro
Volto para “minha casa”...concreto estrangeiro
Mas com o aroma impregnado no travesseiro
Odor incólume...maestro da mais bela maestria
Até à vista...à próxima visita
O que mais gosto quando estou na casa dos meus pais é o aroma de lar
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