Recebi uma carta, informando que minha licença poética
foi cassada.
Foi abatida a tiros numa tardinha de sol pelos estetas da
nova ordem enquanto corria no Parque do Sabiá para manter o corpinho sarado.
Sua carcaça foi levada ao IML do Umuarama.
Devo comparecer o mais breve possível ao local para o
reconhecimento do corpo, a fim de evitar que o cadáver seja utilizado pelos
estudantes de Medicina em suas aulas de anatomia.
Caso contrário minha poesia será dissecada, servindo
desumanamente às causas da humanidade; loucura, ganancia e insanidade. Cura
para impotência, mau hálito, dor de cotovelo.
Agora sem licença permaneço, mandando sinais de fumaça e
mensagens em garrafas, escrevendo até que me encontrem em meu subterrâneo
esconderijo e me alvejem com balas de açúcar candy e impropérios, afirmando sobre como o que escrevo deve parar
de ser movido pelo impossível.
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