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quinta-feira, 8 de maio de 2014
O incenso perfura tudo
Há uma agonia esquisita bem ali onde minto
Naquele pedaço de chão tem um tapete fino
Entremeei a trama de agulhas
Pintei de espinhos, flores, terra e sangue
Canto nos fins de tarde para ninguém
Cânticos enovelados ecoam na abóbada
Milênios de cinzas, certezas e dúvidas
Bem ali no canto recito todas as orações
Entremeadas de desvarios e vazio
Elas sobem alto no céu
Ele vê com o canto do olho
E talvez ouça
Atento e rápido
Desenha meus destinos indeterminados
Fala,sussurra , vaticina e murmura quem devo ser
Porque, eu sei, no princípio era o Verbo
Ele conta dum ciclo que se fecha...
Enuma Elish rondando minha cabeça
Tudo isso ou nada...
Não importa muito...
O incenso perfura tudo
Fumaça de dúvidas e preces
Elas cantam!
Nós mulheres entreteladas,
Entremeadas de sombra e luz,
Sibilas esvoaçantes
Sedutoras e assustadas
Enroladas em véus e cilício
Voando em tapetes mágicos.
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