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segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Cinzas
Em uma metrópole qualquer. Debaixo de uma chuva fina, mas tão fina que se tornava quase invisível, caminhavam lado a lado, de mãos dadas, o garotinho e a mãe. A mãe ia andando com pressa, sem dar atenção ao filho, arrastando-o pela mão.
Quando eles pararam em um cruza-mento, esperando o sinal abrir, o garotinho girou o pescoço e reparou no mundo à sua volta: nas centenas de pessoas apressadas, nas plantas, pássaros, prédios e tudo o mais. Após uma breve análise, por sinal muito precisa, ele virou-se para a mãe e perguntou:
– Mamãe, se os passarinhos são coloridos, as plantas são coloridas, os prédios são coloridos e até mesmo a comida é colorida... Por que é que as pessoas são assim, cinza?
E ele ficou olhando, esperando por uma resposta. Enquanto o rosto da mãe, por vergonha, passou de cinza para rosa.
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