tenho na mente
a memória da água
que me criou
que me lavou
que me saciou
tenho na mente
a água com qual me unges
e a com que te inundo e fecundo
a água que me purifica
circula-me o ar
verdeja-me os olhos
azula meus mares
é essa
a memória
que eu queria levar
às nuvens
antes de chover
como tantas e tantas vezes
para poder escorrer puro
de novo
e de novo
e de novo
até secar
de vez
(Celso Mendes)
2 comentários:
Maravilhosa alma!
Água em toda a parte onde há vida, onde há seivas, onde houver um poeta com a profundidade da alma cravada também na pele!
Obrigada meu querido amigo Celso, por esta grande pérola. Mais uma para este colar poético!
Fraterno abraço
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