quinta-feira, 5 de abril de 2012

Implicâncias de Aniversário




Num apelo publicitário ela me disse

“eu já tinha Trezentos anos  quando

O desembarque  esparramou teus

Pertences- tudo  vermelho sangue-

um radinho de pilha e um coração

perdulário , e , embora mangue, te

portavas  como ilha”



Disse e deu as costas. Como boa

futriqueira lança intriga contando

que eu arque com as respostas.

Um  espírito aborrecido de tanto

desperdiçar argumento lubrifica a

cervical com os lúcidos unguentos

e rompe a couraça



Lida a figura que não desaba, ela

Implica na primeira vitrine “menos

torta e mais bem vestida- a quem

mal examine- mas quem sabe eu

ache no ultraje de Segunda mão

uma ou outra fibra corrompida. “



Reteso-me e relaxo  conforme a

vontade estica e distrai qualquer

músculo delator, mas é o olhar,

sempre o olhar, que complica. É

indutor de barbárie e escracho. 

Reflexo da selvageria  ,  sei que

ela vai  rasgar o verbo quando

principia:



“Duas décadas de  desterro e o

 Mesmo bode expiatório tenta

apagar no berro o fogo de meus

altares. Teu silêncio é uma chama

líquida que vai lograr-te a forma

nítida em labaredas crepusculares.

Crês que, melhor contorno e mui

versada no jogo dos contrários,

elevam-te à classe  vertebrada?

Só Garantistes vaga de adorno

em meus ossários. Inda és uma

colônia de bactérias a empestear

estas calçadas. Mais um círculo

e acabo  com a pose de virtude

aviltada. Vais descascar embuste

feito cobra e saber-te outro cão

a correr atrás do rabo, o que tens

feito  todo o tempo desde que a

nódoa roxa dos teus passos me

macula. Pra descompasso teu 

meu ciclo se regula.  O futuro é

uma  mancha alvejada.”



E eu, balzaquiana sem fetiches

por cruzes, Somei  às trinta e três

quimeras mais uma presepada e

ri  o riso acre dos despertos, até

agora, que a chama lambe o

Silêncio parindo luzes, e posso

falar a língua que em nenhuma

das esferas  pode  jamais ser

 deturpada :  





O passado é todo presente. Desato o laço

quando me aflige o prenúncio de algum

fracasso,  e o conteúdo do pacote exige

que eu seja livre. O exílio  foi voluntário,

e vim sozinha, procurar o que nunca tive,

calejada em desprezo e boicote. De ti não

esperei nada. Não tome por crueldade a

postura construída em esgares de ruptura

e em  ruminar de fome, como não julguei

particular ser acossada em teus círculos.

Nunca tive pretensão de criarmos vínculos

seculares, todavia, recusar ser holocausto

para teus fregueses é meu direito  vigente.

Microcosmo muitas vezes sitiado por coisas

menores, é como organismo que me ergo,

reorganizo e formas inúteis desencorporo.

 Escolho salientar o contorno permeável e

permito a distinção. Sim, é soberbo meu  

coração sem  posses, e assim o elaboro,

contraponto ao acúmulo de vazio, tantas

vezes Teu vazio, ao meu entorno. Se cheguei

manchada da terra  e o que tinha na mochila,

nada disso me denigre. O provei em meu

sustento,  e nunca recebi um pila pelo qual

não tenha lutado feito um tigre.  Desde o

principio aguento destituíres meus  méritos

e  colheres para  ti o fruto de meu trabalho,

e nem intento que ofenda o meu estar de pé,

porém,  replico se me agrides teimando que

eu seja a gata modorrenta no borralho. Sinto

o gosto e os miasmas do suor, posso medir 

o quanto valho a silhueta e não abdico. Este

caso nunca teve solução,  eu não poderia ser

filha sem antes servir de pascigo,  e não verto

um pingo de remorso pelo cordão que mastigo.  

Deixa-me seguir com a vida que o ponteiro gira.

E nota o pronome. Talvez quando inquirida sobre

o rito final eu diga teu nome . Ou seja, desfruto

da parte que aspira e sonha e a outra, um dia, o

teu chão come.

Um comentário:

Mônica disse...

Deixa me seguir com avida que o ponteiro chega
adorei tudo mas dá bem pra pensar na nossa vida

com amizade e carinhod e Monica