Ter tomado porrada foi a prova inequívoca do meu sucesso
Ninguém contrata um cara pra espancar outro sem ter sido atingido
Sem estar muito possesso
E nada deixa alguém mais possesso do que a verdade estampada diante dos olhos
Minhas palavras foram setas certeiras nos ouvidos da gorda
Dizeres nocauteiam mais que chute na cara
Ter apanhado foi o retrato do meu sucesso frente ao fracasso do gordo ser
- Porque você sabe, né?
Toda gorda vive de migalha
A gorda é um pombo que vive ciscando
De tanto ciscar vira uma espécie de galinha gigante
Um desenho animado
O problema da gorda é ter sentimento
Gorda não pode ficar ofendida
É como blusa em prateleira de loja, não fala, espera ser escolhida.
Mandada pro espaço viraria satélite de Plutão
Tem massa suficiente para gerar gravidade
São Jorge foi morar na lua fugindo de uma gorda modelo hipopótamo
Azar o meu de topar com o Panzer
Bow! Bow! Bow!
Ipanema tremia a cada passo seu
Um dinossauro ressurgido dos filmes
O Godzilla com um saquinho de pão na mão veio em minha direção
Não aguentei
Virei pra ela e disparei:
- Cadê o Godzuki?
Ela fez um escândalo
Falei muitas verdades
Daí o episódio da porrada, o tio dela é policial.
Enfiou-me porrada em nome da sobrinha balofa
Sobrinha, esse era o único diminutivo que cabia na vida daquela gorda escrota
Foda-se
O titio dela é policial
Eu sou técnico de futebol
No meu banco de reserva tem sempre um veado e uma gorda
O veado serve pra não comer a mulher que a gente tá afim
- E a gorda, serve pra quê?
Pra chupar nosso pau depois que a mulher que o veado negou não quiser dar pra gente
Aprendemos no primário
Gorda é a cinderela às avessas
Baleias bípedes têm duas horas de existência
Entre quatro e seis da manhã
Olhos só enxergam gordas como seres comíveis depois das quatro da madruga
Regados a muito álcool e cocaína, é claro!
Depois que o sol nasce não podemos estar ao lado de uma gorda
Elas voltam ao seu estado permanente
Sacos de merda podre
- Saca areia movediça?
Pois é, te engole.
Verbo que gorda entende é esse, engolir.
A gorda tem a xereca na boca
Ela chupa pau como quem dá a boceta, e pelo amor de deus, sempre vestida.
Duas regras primordiais no trato com as gordas
É proibido as gordas tirarem a roupa
É proibido dormir com as gordas
Dito isso
Naquele dia eu tinha que mexer no time
Estava perdendo
O jogo tava no segundo tempo
Bastava um empatezinho pra não ir pra zona
Virei pro meu assistente pirutécnico e dei a ordem:
- Bota à gorda no aquecimento, hoje ela vai mamar.
Eram quatro e meia da madruga
E como já concordamos, a essa hora podemos com gordas.
A bolofa baranga mora no meu prédio, é minha vizinha.
Ela fica na janela esperando meu retorno
Rezando pelo meu insucesso
Minha desgraça é sua glória
Meu infortúnio
Volto pra casa totalmente derrotado
Mas a gorda sempre deixa eu fazer um golzinho aos 44 do segundo tempo
Ela abre a boca e aí meu amigo, gol feio não existe.
Feio é não fazer gol
Gol de canela também vale três pontos
Quando uma gorda abre a boca temos duas opções, ir embora ou meter a pica.
Ir embora é bem mais sensato
Sensatez nunca foi o meu forte
Se a balofa me ouvisse
Mas não
O azar dela foi não crer em minhas profecias
Eu falei pra aquela filha da puta não aparecer de batom
Minha ideia pra ela era curta e grossa
Botar o pau pra fora
Dar-lhe uns três tapas na cara
Gozar e ir dormir
Como sempre, a derrota que não se justifica.
Mas não, ela tinha que aparecer de batom.
Um hipopótamo maquiado
Eu não sou dado a animais
Tenho uma máxima a qual levo muito a sério: “rola é meia cura do mundo”
Mas como curar um hipopótamo de batom?
Usei o meu revólver
Dei seis tiros na cara da gorda
Depois disso nunca mais precisei lavar sorrateiramente o pau sujo de batom na pia antes de dormir com minha linda e amada mulher
Pablo Treuffar / Leandro Gama
ROLA É MEIA CURA DO MUNDO de Pablo Treuffar e Leandro Gama é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported.
Based on a work at www.pablotreuffar.com
A VERDADE É QUE EU MINTO
Nenhum comentário:
Postar um comentário