Cheguei à primavera.
Sentado no banco ainda molhado da chuva
Pude sentir o cheiro de ferro
Que desacelera o tempo.
O peso em minhas costas
Reprimia a velocidade do meu caminho.
Meus pés liam o chão
Como se procurassem respostas escondidas.
Em frente! Em frente!
Sede e fome, mas eu queria continuar!
Anos e anos passavam ao meu lado
E eu tão diferente do dia que cheguei!
Atravessei por uma ponte
Que eu não sabia que existia.
Eu não queria conhecer mais nada,
Eu já sentia meu horizonte completo!
Errei. Eu estava enganado!
O alento da certeza tinha ficado para trás,
Uma nova estação se aproximava
E eu, calado, cheio de terror.
Não voltei mais a primavera!
Um dia, perdido, eu passei por perto
E pude vê-la ao longe.
Ela espera a minha volta.
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João Amarante
Um comentário:
Olá,João
Fiquei me imaginando sentada num banco enquanto minha vida passava através das estações,viajava diante do tempo...foi assim que li seus versos...Parabéns,meu amigo!Adorei!
Abração
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