Prefácio
Em jeito de Prólogo
Até Sempre!
Esta saudação de despedida dá título ao mais recente livro de Quito Arantes que, embora se apresente como um autodidata, já está a caminho do sétimo trabalho publicado. E, segundo o próprio me confidenciou, existem mais projetos em curso.
Centremo-nos agora no texto que temos em mãos. O leitor que esteja habituado a romances mais dinâmicos, após a leitura das primeiras páginas, pode considerar que se trata de uma escrita monótona, talvez devido a uma ténue escansão diarística que o mesmo apresenta. No entanto, rapidamente se irá habituar a essa cadência e perceber que esse é o ritmo em que a personagem principal passa os seus dias. É como que um convite para o leitor fazer parte daquele mundo, onde tudo se passa com a calma da vida da aldeia, sem pressas, sem agitação e em perfeita comunhão com a natureza.
E assim, pela mão do narrador, o leitor vai entrando no mundo de Adolfo, no seu dia-a-dia, nos seus desejos e angústias, nos seus constantes dilemas mas, também, nas suas conquistas e alegrias, nas suas vivências chegando até a sentir o ar puro e fresco da manhã acompanhado de um café no seu terraço, que ele tanto aprecia.
Adolfo mostrou, desde muito cedo, ser uma pessoa peculiar, com uma sensibilidade muito especial para a música, para a escrita, extremamente virado para a contemplação das pessoas, das relações humanas e do mundo em seu redor.
Nunca se enquadrou dentro da castradora moldura de cidade. Quando, por motivos de vária ordem, finalmente o conseguiu, libertou-se dela e optou pela tela viva e sem moldura do campo. Aí não sentia amarras físicas, nem psicológicas, que lhe prendiam o corpo e lhe sufocavam a alma.
Agora, ele não tem que viajar ao encontro da natureza, como fizera desde a sua juventude, ele está em plena natureza e sente-se parte dela. Longe do rebuliço de um centro urbano, refugiou-se numa aldeia minhota onde se podia dedicar àquilo que mais gostava: a fotografia e a escrita.
O seu grande sonho, pelo qual luta incessantemente, é conseguir o reconhecimento no panorama literário nacional (ou eventualmente internacional) e poder viver apenas da sua arte. Neste ponto, Adolfo poderia ser um escritor qualquer que, tal como ele, batalha a pulso pela sua fama, sem ter a magia e o poder da grandiosa máquina do marketing.
Adolfo debate-se com dois dilemas paralelos, que tenta equilibrar ao longo de todo o romance. Para além da, já referida, constante tentativa de crescer e ser reconhecido enquanto escritor, o amor por Delfina e a dificuldade em conseguir que ela (uma citadina confessa) deixasse a cidade e fosse definitivamente viver com ele, deixavam a sua alma numa permanente inquietação.
Esta personagem feminina surge definida como o seu “calcanhar de Aquiles”. Embora se amassem e apreciassem os momentos que estavam juntos, o facto de viverem em sítios diferentes obrigavam-no a deslocações à cidade, esse lugar pejado de recordações pouco agradáveis que Adolfo queria, definitivamente, deixar para trás.
Sendo um livro recomendado a todos, a sua leitura é especialmente importante para aqueles que estão agora a iniciar-se na escrita e sentir que, antes da passadeira vermelha, há um longo caminho de terra e pedras a percorrer.
Convido-vos, então, a fazer esta caminhada com Adolfo rumo ao sucesso que não se sabe se está a poucos metros ou a longos quilómetros de distância, mas já dizia o poeta: O sonho comanda a vida!
Até Sempre!
Fernanda Carrilho
2 comentários:
Gostei muito do seu blog!
Estou precisando de opiniões e venho buscando de autores de blogs que considero bons, você poderia me dar a honra?
http://sincerasideias.blogspot.com.br/2014/06/dificil-decisao.html?m=1
Fico feliz por gostar do meu blog!!
Se eu for útil terei todo o prazer de ajudar.
Abraço Sinceras Idéias:))
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