ORA, MERDA
as
formigas se enfileiram, seguem-se pela rachadura na calçada.
o pé
grande com tênis de R$ 139,90 decreta o fim pelo alto.
um
defunto diz valei-me, deus, que o demônio quer comer meu rabo,
começando
pelo culhão.
deus
esvazia o cinzeiro e com voz de ressaca pelos ventos ressoa
que
se foda, arranja-te sozinho praí que eu tenho mais o que fazer.
as
formigas fogem, desembestam, esmigalham-se.
uma
barriga sente fome, um avião despenca.
um
estupro por excelência nos Andes.
um
vômito por excrescência em Istambul.
o
defunto levanta um cotoco viril da terra,
deus
assoa o nariz e vai buscar aspirina na prateleira.
ora,
merda.
porque
sim.
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Marlon Vilhena - é natural de Macapá-AP e escreve há muito tempo. Depois de viver em Minas Gerais e São Paulo,
de ter trabalhado como garçom e professor, e também de ter feito biscates como
segurança e músico, formou-se químico e atualmente mora em Belém-PA.
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