Senhor Doutor!
Quem disse que camponês não é pessoa
Me desculpe senhor Doutor, pela mágoa
Mas é de mim que vem o arroz e o trigo
Banhado do suor do seu humilde castigo.
Pés descalços, roupa roxa e roto de lama
Produzindo o seu precioso orgulho da alma
Nos campos do algodoeiro e nas planícies do arroz
Lá acompanho a minha força que me foz.
A cada chicotada das tuas oficiosas palavras
Que denigre a minha honra de ser camponês
Só porque me falta a dicionário e o alfabeto inglês
São mentes como a sua que nos mata lealmente.
Quando sentimo-nos sem valor e nem socialmente
Porque da terra somos pessoas escravas das lavras.
Se não, senhor Doutor dai-me a minha euforia
Para cantar em sintonia da sua alegria.
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Sanjo Muchanga
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