Com nuvens negras, num fim de tarde,
após trabalho o povo é um mar de
gente à espera pra ir embora
pras suas casas. Não vêem a hora
do seu descanso. Este é o motivo
pro seu aperto no coletivo.
E o dia todo não teve jeito:
foi um abuso, um desrespeito.
O olhar desvia, a boca calada,
por mais que queira não fala nada,
no fim do dia, cansado e mudo.
E o ônibus chega e engole tudo...
A sua estória, tão repetida,
outro retrato da triste vida,
não tem princesa ou castelo enorme,
não tem fascínio, só dor e fome,
chegar em casa é só o que lhe agrada.
Do pobre é este o conto de fada.
(em 04/11/2013)
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