Como pode, um único pequeno espaço
Reunir tantos corpos, tão jovens?
Vagam pra lá e pra cá
Apressados em suas silhuetas
Fechados em suas latarias
Preto, branco, cinza, vermelho.
Para onde vão e quem são?
Tão parecidos vistos daqui
Tão distantes vistos de perto.
Cada um, concentra em seu universo
Seus mistérios, anseios e traumas
Todos eles, escondendo de si
Querendo compartilhar
Preto, branco, cinza, vermelho.
Não fossem vistos daqui
Seria eu, mais um deles?
Por que é que não se esbarram?
Por que é que não se topam?
E quando se olham,
Todos dizem a mesma coisa:
Que matéria prima
Brota de veia tão morta?
Que sentimento esplêndido
Navega em coração de chagas?
Não fossem eles, todos iguais
Estariam aqui, no meu lugar.
Mas seguem na caminhada lenta
E inevitável
Sempre balbuciando as mesmas palavras:
Preto, branco, cinza e vermelho.
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