terça-feira, 24 de agosto de 2010

Boas Novas



Olá, amigos!

Tenho novidades!!

Está no ar a Loja Virtual Incessante Presentes. Estamos desenvolvendo um portifólio de produtos para atender a todos que querem presentear pessoas queridas.

Vamos cuidar com muito carinho do setor de produtos ecologicamente corretos. Temos a missão de estimular a prática da reciclagem, assim deixaremos de extrair recursos naturais bem como desacelerar a produção de produtos nocivos ao meio ambiente.

Para quem pretende ampliar seu canal de venda no seguimento de presentes, papelaria e artesanato, aceitamos parceria na divulgação e vendas de produtos.

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domingo, 22 de agosto de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

Três anos de Hotel Sete ...
21 de Agosto
Três anos de Hotel Sete ...
Acordei
Lavei o rosto
Passei no espelho o resto da noite que restava sob os olhos e minhas olheiras ...
Do bolso da calça tirei a chave do meu quarto
antes eram ácidos ou outros
Me dei conta que hoje já sei onde durmo
e que quando cheguei aqui me perdia nos andares
Hoje abro as portas e indico os quartos pros novos inquilinos e novatos
Percorri o corredor e desci as escadas
Passei a mão no jornal do dia
Na rua o mesmo trânsito iniciando sua transa, seu vai e vem
E eu, complexo transeunte, relembro minha primeira noite aqui dentro
A cabeça dói
Tudo a sua volta gira, se movimenta
Seu próprio estômago soca sua garganta
Golfadas de vômito
Engulho, e dormência nas pontas dos dedos dos pés
Esse sol intenso desequilibrando as paredes e o teto

São apenas 7:47
Depois disso foram muitas festas, encontros, brigas, amores e noites bem vividas e mal dormidas
Certas madrugadas, às vezes pra incomodar a justa serenidade do sossego do quarto, caminhava pelos becos e circunvizinhanças as duas, três horas pra alegrar os notívagos e arriscar minha vida, sempre obviamente com a carteira vazia...
Do meu quarto compus meu livro de poemas, escrito hora em caneta tinteiro envenenada, hora em máquina Remington enferrujada, relíquia do meu avô e destruída por amigos eufóricos
Freqüentemente avisto, na esquina, dois mendigos folheando as páginas
Eles me acenam fervorosamente quando passo e balançam o livro nas mãos dizendo em que poemas estão
Adoro presentear os amigos
Ocasionalmente aconteciam fantásticas jam’s musicais, onde compúnhamos canções e rocks, fumando cigarros e olhando o som da cidade pelas janelas abertas, surgindo assim uma banda que veio a gravar um disco empoeirado que toca no saguão central do Hotel numa velha vitrola de 1958, nas noites de sexta pra alegrar os inquilinos mais idosos, que reclusos preferem o conforto das poltronas, seus chás, dominó e gamão
Nesse ínterim fui conhecendo outros escritores, que sem lar vieram alugar quartos no Hotel e mesmo outros artistas que sublocaram todo o Subsolo do prédio
Com esses fiz mais amizade e por muito tempo morei junto a eles nos porões, confabulando e perpetrando nossa nova confraria.
Nossas intenções não eram de forma alguma muito nobres, sobretudo, porque ademais queríamos ser lidos, fato que em si só, contrariava uma premissa do status quo
Começamos motivados a realizar leituras e festas, organizar encontros, zines e ...
Mas esperem aí, já estou me estendendo e estou atrasado, deixe eu ir trabalhar para descolar uma grana porque hoje é dia 21 ...
e tenho que pagar o aluguel.

Vôo

Despertar...
Dar asas as asas do dia.
Manhã fria, preguiça de levantar.
Mas, um pássaro canta lá fora.
Um sabiá.
Não consigo ficar impassível a este chamado.
Com o cobertor nas costas ensaio um vôo.
Escrevo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Notícias do Bar do Escritor na FLIP 2010

A empreitada foi um sucesso!
O sonho de tornar o Bar do Escritor uma realidade durante a FLIP 2010 se concretizou de maneira mágica (como elogiaram os espectadores dos saraus).
De 02 a 08 de agosto de 2010, a comunidade literária mais anárquica e libertária do Brasil se reuniu num delicioso bar na Praia do Pontal em Paraty, RJ, em evento paralelo à Festa Literária Internacional.


Foram dias de poesia, contatos e, principalmente, de celebração à amizade e ao amor às letras.
Durante o dia, nosso cardápio incluía bebidas e comidas ao gostoso papo furado que dispensávamos em frente à linda baía de Paraty. Já de noite, às 8:00h, abríamos o microfone explicando sobre o projeto do BdE em difundir e discutir a literatura de forma absolutamente livre e respeitosa. Músicos, declamadores, atores, poetas, contistas, adoráveis loucos de toda espécie dividiram sucessivamente as atenções dos clientes do bar, cada um na medida do seu interesse, bagunçadamente organizados, como deve ser uma comunidade livre.
Foram tantas pessoas interessantes que não citaremos para não esquecer logo aquele amigo ...

Numa mesa ao lado do balcão, expomos os livros dos autores do bar e de todos os escritores que nos procuraram amistosamente, inclusive a Antologia Bar do Escritor Edição Nº 2 Brand, que lançamos durante o evento, com 41 autores de todo o país, organizada pelo escritor Cristiano Deveras.

Também havia exemplares da primeira, Anarquia Brasileira de Letras, de 2009, com 38 autores e organizada pelo idealizador do BdE, Giovani Iemini.







O Bar do Escritor em Paraty só foi possível com o apoio da cachaça Poesia, uma inspiradora branquinha que consumimos inebriados praticamente o tempo inteiro (sem ressaca, diga-se). Esta prestimosa cachaçaria também lançou o livro de contos do jornalista Paulo Rezende, da Vitrine Literária, novo parceiro do Bde.






Também travamos contato com os organizadores do clube de autores, um interessante projeto que instalou-se no centro histórico de Paraty, onde palestramos sobre as formas de produção do autor iniciante e o mercado editorial. Há mais detalhes no blog.





segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DOIS TIROS NA FAVELA


DOIS TIROS NA FAVELA

Hoje
Leio o jornal
Ontem mataram um garoto no Morro Azul
Onde estou lendo, ontem estava no segundo papelote.
Estava eu aqui
Depois de bater várias carreiras
Botei napa adentro
Adoro a Falete
Tarja amarela
É o que há
50 paus
Tem sempre um moto-táxi pra entregar
Acabei de foder
Digito compulsivamente entre um teco e outro
A imagem da minha letra recolhe em si negativamente o conteúdo do texto
Benditos Blocos de Nota, Word e WordPad.
Viva a cocaína
Mataram alguém no Morro Azul
Ouvi os tiros
Dois
A queima roupa
Tuf. tuf.
Da janela do quarto, na cama onde linda morena dorme ao meu lado, vejo dois clarões.
Ouço dor
Sinto morte e medo
Procuro
Paranoica, mente.
Furos de bala em minha cabeça
Não tenho
Estou de frente pro morro, sentado na cama, digitando merdas em um laptop.
A imagem digitada faz bem pro texto
No meu outro lado, o prato com pó.
Dou mais um belengo
A morena não acorda
Bom
Não quero foder
Quero entender
Um desconhecido insignificante deve ter morrido
Eu com isso
Foda-se
Acabei de foder
Tô cheirando e digitando
Caguei pro Azul
Azul é o caralho
Eu gosto é de Branco
Vou dar outro teco
A morena está roncando
Mulheres ronronam, vai saber...
Mataram alguém
Fui chupado, eu como, assim.
Como assim?
Porra! Mataram alguém!!
Foi a polícia
O Bope
Pronto, agora sou politicamente correto.
A culpa é da polícia
Pessoas morrem
Não tô ferido
Maldita polícia
É tudo culpa do Estado
O cidadão é um fodido
Nossa, sou uma pessoa boa.
Vou dar outro teco
Polícia matando remete culpar ao Estado absorvendo a bosta toda, absolvendo assim o pensador da imagem.
É
Bendita polícia
PUTA PÁTRIA QUE ME PARIU
Não sou assim
Tia dizia-se médium, vai saber...
A múmia paralítica disse eu ser também
Por que procurei a bala em minha cabeça?
Não quero ser médium
Vou dar outro teco
Foi a cocaína que matou esse garoto
Assim falaria o Capitão Nascimento
Fascista infeliz
É, sou uma pessoa boa.
Vou meter a pica na boca da morena safada
Mataram alguém
Uns fodem
Outros morrem
E agora...
Foder é o cacete
Tão fodendo o Morro e eu querendo foder
Sou o próprio Filho do Dinheiro escarrado e cuspido
Fico justificando pra legitimar prazer
O mundo tá fodido
Eu pensando em foder
Foder de novo
Só tem mais um belengo
Vou ligar pro moto-táxi
Terá moto-táxi no Azul?
Mataram alguém no Morro Azul, eu pensando se lá tem moto-táxi pra trazer cocaína.
Eu matei
Matei porra nenhuma
Vai se foder, Capitão Nascimento.
Vou foder sim!!!
Como disse o gênio Rubem Fonseca
Tão me devendo buceta e todo o resto que viria ao caso agora
Vou dar último teco e acordar morena pros trabalhos orais
Não tenho culpa
Não sei sobre vocês
A verdade é que eu minto
Licença Creative Commons
Based on a work at http://www.pablotreuffar.com/.
A VERDADE É QUE EU MINTO

A VERDADE É QUE EU MINTO

terça-feira, 3 de agosto de 2010
























a lúcida em mim
crucifica meu ser
administra mentiras
tenta ser correta
ser tão concreta

a lúcida em mim
afaga e engana
precede e o consente
meia volta
pra recomeçar

a lúcida em mim
sufoca o precipício
a lúcida em mim
parece não existir.




(imagem de Gilberto de Almeida Pinto, meu tio materno)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mil em uma noite

Dá um pouco de cansaço
dar o que fazer ao Rei,
ocupar bastante a sua agenda,
sua vida e seu espaço.

Tem suas vantagens,
lá isso tem...

Mas eu nunca fui a preferida
do harém.