Fugaz
Ouvindo Marina
Lima cantando essa música, me inspirei escrever esse texto. Pensando no
que é fugaz, cheguei às novas versões de “relacionamento” que estamos
tendo hoje em dia. Sim, caríssimos, eu me incluo no discurso!!! E por
que não???
Usamos
nossas melhores roupas, nosso melhor sorriso e vamos para os lugares
mais badalados da cidade. Não queremos ficar sozinhos, então, jogamos
aquele charme para quem desejamos e... lá estamos, beijando, abraçando e
sabe-se o que mais. Antes do final da noite já nos despedimos ou
encontramos outro ou outra.
Os mais conservadores dirão que o amor é oriundo do tempo de
convivência, da amizade, do carinho, mas será loucura dizer que os
minutos ou até mesmo horas que passamos com essas pessoas produzem
sentimento? Será um contra senso pensar que podemos nos conhecer melhor
depois de passar por essa(s) experiência(s)? Ou será que viver isso é
consequência da solidão em que nos encontramos e confundimos a
efusividade do momento com um possível sentimento? Mais uma vez, uns e
outros dirão que é tudo culpa da solidão, que é impossível gostar, se
apaixonar ou amar alguém nessas condições.
Não sou dada a responder perguntas, costumo deixar que o espírito e a
consciência de cada um dê a melhor solução, mas hoje sinto que devo
tentar solucionar esse impasse.
Pesquisando na internet, descobri que a loucura
ou insânia é, segundo a psicologia, uma condição da mente humana
caracterizada por pensamentos e atitudes considerados "anormais" pela
sociedade. Bem sei que o assunto é muito mais profundo e difícil de
caracterizar do que consta na frase acima, mas estamos falando de algo
que ainda não está sendo bem visto pela sociedade, então... com uma boa
dose de abstração, estamos falando de algo louco.
Não é loucura dizer que esses “relacionamentos” têm consequências
maravilhosas: nos apaixonamos (isso mesmo!!!), nos apaixonamos, somos
felizes, vivemos durante aquele fragmento de tempo, uma relação
completa: fazemos carinhos, promessas que jamais serão cumpridas,
olhamos nos olhos um do outro.... temos, em pouco tempo, o que não
alcançamos em meses. O término não será doloroso, será com beijos e
abraços e paixão.
Nos tornamos conscientes da nossa capacidade de viver e deixar viver, de dar e receber felicidade.
Não deem ouvidos aos que nos mandam esperar ou pelo príncipe encantado
ou pela mulher ideal, mas também não se rebelem contra os seus
conselheiros, eles dizem isso porque não têm coragem de abrir mão do
sonho há muito introjetado neles. Chegam a dizer que beijar alguém
completamente desconhecido não é para pessoas como nós.
E o que é digno para nós???
Esperar que batam na nossa porta com um buquê de rosas na mão e uma
caixa de chocolates na outra perguntando: “Quer namorar, ou casar – caso
prefiram assim – comigo?”
Desista, isso não vai acontecer!!! O melhor é resgatar todo aquele ideário do carpe diem e ser feliz.
Se
envolver e se separar sem dor, sem drama, sem compromissos para um
futuro que talvez nem seja tão promissor assim é ótimo. Vamos viver a
diversidade.
Enquanto
vivenciamos essas pequenas paixões, nos preparamos emocionalmente para o
amor de verdade, sem amarguras pelo tempo que passamos sozinhos.
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Elis Cassiano
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