à custa de esperneios ferozes, manhosas estridências e lágrimas à farta, em acre cascata, ganhei mamãezinha ou "calaboca, diabo!". irmã das outras bonecas das amigas-irmãs malvadas e ricas. ninava mamãezinha que ninava bebezinho, ninado por mim de tabela. se bem me recordo, fiquei feliz; sorri até. grata, beijei mamãe. rezei pra papai-do-céu, de joelhos no taco. impúbere, ignorava a malvadeza chamada alma. tonhão, o caseiro, mostrou-ma; disse se chamar murcia. mas isso foi antes da cirurgia. depois, enchi o novo saco enrugado: em mamãezinha tasquei um saco, duas bolinhas-de-gude vermelhas dentro de um saco de cebola, vermelho também. um salame pra arrematar. queria um parecido, mas o médico desaconselhou-me sob argumentos anti-estéticos. o salame secou e exalou mau cheiro. enchi o saco - agora não tão novo - de novo e joguei mamãezinha no saco do lixo. não gosto mais de bonecas. elas não sabem brincar.
Carlos Cruz - 10/05/2011
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