quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Carta a Kerouac parte XIII, com cena de Sheyla de Castilho e a Palavra elétrica

http://www.youtube.com/watch?v=x-1eJr7ediQ&list=PL3DF0D8F92B3AED9B&index=1&feature=plpp_video


O que acaba comigo é a realidade, baby!

A verdade sobre os ombros dói mais que os golpes da palmatória e ainda trago marcas desses golpes em toda extensão da alma. A realidade arde bem mais que mãos depois do castigo!

Por muito tempo me enganei inebriada pela inocente certeza de ser única, especial, insubstituível.

Mas ao comprar meias-finas entendi que não fazem apenas uma e sim milhares delas, para mulheres que por algum tempo têm o mesmo gosto, vestem o mesmo número que eu!

O que me diferencia das outras são esses olhos enormes e agateados, vêem longe e atraem rápido demais!

Nunca quis esses olhos, nunca quis olhar as coisas com esse jeito de cachorro-do-mato, como quem assalta o galinheiro com prazer e foge para não ser apanhado.

Vejo as coisas como são e não quero encarar, desejei um filtro que me protegesse dessa dor nos olhos e não há óculos escuros que me livrem da verdade.

Recordei-me de uma noite em que me perguntou por que eu pedia para me foder com a força que tivesse e naquela época não tinha a resposta.

Hoje tenho.

O que não dói, não machuca, não penetra fundo e não rasga, não é real, baby!

Um comentário:

Jeniffer disse...

Gostei muito do bar do escritor, cada texto tem uma identidade e é impossível escolher um tipo preferido, tem diversidade e os textos de ótima qualidade. Parabens pelo trabalho em grupo =D