quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Das novas fronteiras e outros desafios

Das novas fronteiras e outros desafios


Os pintores, quando trabalhando em uma obra, tem um expediente bacana para avaliarem se o trabalho aplicado na tela está seguindo o projeto inicial: dão um ou mais passos atrás, para avaliar com ajuda da distância (a tal da proporção), se tudo está dentro de um contento. Uma pincelada aqui, outra acolá e voilá, o trabalho está pronto.  Às vezes temos que fazer o mesmo em outras ocasiões e para fins diversos.
No meu caso, aproveitei a ida para a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, para avaliar longe do calor de Goiás se nossa proporcionalidade literária está no caminho certo, bem como as atividades do coletivo Bar do Escritor. Claro que iria aproveitar para conhecer a parte paulistana do BdE, além de reencontrar uns comparsas do local.
Então, foi munido de pouca coisa (a maioria da bagagem, os livros, já haviam ido via transportadora, graças à logística da R&F Editora / Izaura Franco), que peguei um voo doméstico para a capital da garoa. Isso por si só já destoava da maioria de minhas empreitadas, uma vez que geralmente me desloco com o valente Golzão 1.0 abarrotado de coisas (como os 2.600 km ida e volta para Paraty, na Flip. Mas isso é outra estória...).




            Como perdi o primeiro final de semana, não acompanhei o que o pessoal do stand nominou como a “grande-avalanche-humana-que-congestionava-todo-o-evento”. Mas chegar na segunda feira tem lá seu charme... O que não quer dizer que fiquei de papo pro ar, vendo a caravela passar; foi chegar e meter as caras, dando início ao exercício da literatura-corpo-a-corpo, aquela em que o autor tem que tomar a frente do stand e ir chamando o pessoal, como em feira livre. Uma feira livre cultural, por assim dizer.

            Vida de independente tem disso, meus caros.
            Uma ou duas Heinekens depois da entrada no certame, apossei da entrada do espaço e já de livros em mãos, parti para o trabalho. Devo salientar que a decoração feita pelos colegas que já estavam por lá ajudava e muito atrair a atenção do pessoal, pois as atrações eram muitas. Sim, com tantos stands e uma infinidade de título e autores, o lugar era um pedaço do paraíso tanto para quem pratica o santo hábito da leitura quanto para os viciados em escrever.
           


             

O contato com o público, poder demonstrar seu trabalho para o público alvo, fazer novas conexões e outros aspectos deste tipo de aventura é sempre prolífico, mas vem acompanhado uns bônus, que podemos usar depois para capitalizar a ação.






       
Reencontrar os amigos barnasianos, Roberto Klotz, Bárbara Leite, Wilson R (parceiro sempre), César Veneziani e Tamara, Márcio Takenaka, o senhor da noite, é sempre um prazer a ajuda a colocar a birita em dia.

Em matéria de boas iniciativas, destaco o trabalho do stand comunitário do governo do Rio Grande do Sul (como bem destaca a matéria da Larissa Mundim, muito melhor escrita que esta http://www.negalilu.com.br/2014/08/procura-se-antidoto-para-invisibilidade.html), que trouxe para São Paulo um grande mix de editoras do sul, além do stand da Imprensa Oficial de São Paulo, que traz para Bienal algo mais que só os ditames mercadológicos e as listas dos mais vendidos: buscam proporcionar com que o público tenha acesso mais fácil a obras que as grandes editoras e / ou livrarias não dão a devida importância.


Fica a dica para a Imprensa Oficial aqui do estado; um outro canal para difusão da cultura goiana.

É claro que o mercado é quem dita mais ou menos o roteiro da Bienal, com as rotineiras filas para os best sellers, a presença dos badalados do momento, a histeria coletiva por alguns autores, etc... Mas o mais legal mesmo é ver tanta gente reunida pelo singelo ato da leitura. E perceber que o público mais ativo era justamente o infanto-juvenil, dá aquela sensação boa que a próxima geração será ainda mais leitora que esta.





Alguns me perguntam o saldo de tudo isso. Fazendo todas as contas e levando em consideração que foi um dos lugares onde mais vendemos livros e camisetas, fiquei no elevado saldo de R$ 40,00, (devidamente gastos em um boteco perto de casa)... Mas o verdadeiro saldo está na divulgação do próprio trabalho, do exercício literário em conjunto com os parceiros que lá estavam como a Izaura Franco, Maria Cândida, Breno Leite, Larissa Mundim, Niara, Wilson R e Wilsinho (o Wilson 2). A satisfação em levar as letras de Goiás à frente e não ficar pensando só no monte de verdinhas. Até porque, se fosse fazer as coisas pensando somente no retorno financeiro, deixava a literatura e voltava para o mercado de seguros...

É isso. Nem bem a Bienal de São Paulo terminou e já começamos os planos para a do Rio de Janeiro. Mas antes disso, uma passadinha na Feira de Frankfurt mês que vem (se o cartão de crédito aceitar) e mais algumas aventuras literárias por este Brasilzão-véio-e-sem- portêra... 

Nos vemos por aí, em um stand qualquer da vida. 

4 comentários:

Carlos Cruz disse...

grande Cris Ovelha! é isso aí, mano véio, enquanto os convites para os talk show não vêm, perambula-se brasil, mundo afora. o bolso segue oco, mas, pelo menos, dá-se uns bordejos por aí. tamo junto, brow! ficanapaz.

Deveras disse...

POdecrer, CC!

Wilson R. disse...

.

Foi um evento cansativo, mas como você disse, o importante foi a divulgação. Eu acho que fechei no vermelho, mesmo tendo vendido acima do que esperava.
Enfim, "é nóis nas frita".
Abraços.

.

Nega Lilu disse...

Curtindo muito tudo isso, Deveras. #tamojunto
Arrasa em Frankfurt!