O sol me aquece.
Derrete-me, na verdade.
Liquefeito, me deito
No asfalto derretido
Da cidade.
Somos um, eu e o asfalto.
Atropelados por multidões
Que sequer percebem-nos.
Eu e ele, irmãos de ofício,
Nutrindo, o vício
De toda essa gente.
E o Sol, lá de cima.
Também ele na sina,
De derreter...
Derreter...
De derreter tudo.
De queimar tudo.
De dar vida a um mundo,
Que, também, não o percebe.
E esse é o papel possível,
Ele, chama intangível.
E, o asfalto e eu,
Tocados pelos pés
Dos que passam sobre nós,
Dos que buscam seus conceitos
E que lançam sua voz,
Dizendo, quiçá,
“Somos todos irmãos!"
Gente, como eu,
Ignorante , em um instante de contrição.
Adorando O Sol,
Em um ritual pagão
Tentando entendê-lo.
Tentando tocá-lo...
Mesmo que, a consciência,
Diga que não.
6 comentários:
Adoração ao rei Sol, nossa, ficou lindo! Maestro vc hein...desliza brilhantemente no papel. Descreveu o Sol com conhecimento de causa que só os cariocas poetas sabem fazer. Tu me deixou boba aqui lindo. Amei.Beijão
Ai ai, que esse moço escreve para o coração da gente aquecer...
Perrone, saudades!
Beijo!
Interessabte ode ao Sol, que queima mais aquece.
destaco os versos:
"Ignorante , em um instante de contrição.
Adorando O Sol,
Em um ritual pagão"
Cara, forte como a luz do sol. Maneiro. Imagens definidíssimas.
ficanapaz!
Gostei muito. As imagens estão bem construídas.
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