sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O tempo é agora.

Não se apresse nem se atrase,
Sou como o vento que segue,
Esconde passado reinventa futuro.
Povoe o meu silêncio,
Desarrume a gola dos meus delírios,
Engome minhas tristezas, espante-as.
Faça cair leve o outro dia,
Beija meus olhos de amante,
Construa estrelas em meu peito,
Acelere meu desejo de bebê-lo.
Fira minha carne com a delicadeza dos lábios,
Pinte em meu gozo o dom da sua tara,
Goze minha alegria com o seu mel
- nasci abelha para o seu sexo
(se ousar mais... Borboleta).
Evoca-me lua de tantas colheitas
Enfeita-me com suas carícias,
Acolha-me primavera indecente
Na cama do tempo – cio de pássaros.

Deixa calado o querer apressado,
Adiante a chegada da felicidade – coma-me.
Deita meu desejo ao seu lado – olha-me!
Sou o sangue animalesco a contagiar suas veias,
Doutrina de loucos a avivar ventanias na alma – suga-me.
Pareço louca e sou santa, pareço tantas... Sou outras.
Amor não corre, amor espera – é aço, chama e pena.
Morda devagar minhas coxas, crava-me dente – acorda-me.
Seja madrugada faceira, descortina-me prazer.
Não se atrase nem se apresse,
Provoque minha calma, atice minha fala se me calo,
Endiabre minha carne se descanso.
Tenho asas nos pensamentos, voemos.
Fantasiemos, tenho no chão os pés.
Não é distante o verbo de quem quer se dar,
Não é morto o fio de terra que foi rio.
Inunda a gruta dos meus anseios
E pelos dedos úmidos hei de confirmar:
Branca espuma é o amor!

Eliane Alcântara.

3 comentários:

Anônimo disse...

Estava a espera que publicasses. Tenho um grande prazer em acompanhar a tua escrita. Parabéns pelos belos textos e pelas publicações no Bar. Beijinhos.

Anônimo disse...

seduzido.lindo poema.te deixo um beijo,bom descanso.

Anônimo disse...

Lindo, Eliane. Demais. Valeu. Quanto envolvimento, quanta vibração, no fundo do desejo, no fundo da carne. Um beijo. Boas férias. Volte logo.