Abro meu dicionário mental e a palavra sunomono lembra o nome de iguaria japonesa, especificamente salada de pepinos. Revisando as palavras mentais, lembrei-me de outras que devem ser da mesma família oriental mono: nimono, tsukemono e quimono. As duas primeiras, vistas em cardápios nipônicos e a terceira, em tatame. Concluo que mono traduzido para português significa pepino. Se pisar em tatame sem quimono vai dar pepino. Para nós, monoglotas, é pepino falar apenas uma língua.
Divagações à parte. Tome nota da receita:
– 3 colheres de sopa de vinagre de arroz
– 2 colheres de sopa de molho de soja
– 1 colher de sopa de açúcar
– 4 colheres de sopa de água
– 2 pepinos japoneses
– um punhado de polvo cozido, kani kama e/ou camarão cozido– um punhado de sal
– gergelim torrado
Corte os pepinos ao comprido, em duas partes, tire as sementes. Corte em fatias finas. Salgue as fatias. Deixe descansar meia horinha.
Observação: Jamais peça este prato em restaurante quando o sushi man for baiano. A meia horinha sugere que ele pode dormir numa rede e esquecer o tempo passar. Ponha as fatias salgadas e descansadas em uma peneira, lave em água corrente e escorra bem.
Misture os 4 primeiros ingredientes em uma tigela, adicione as fatias escorridas e misture novamente.
Coloque em cumbuquinhas individuais, chamadas ochawan. Particularmente, continuo a chamá-las de cumbuquinhas.
Acrescente kani kama, polvo ou lula cortados em pedaços pequenos (se antes escrevi camarões, então se vire, vá rapidamente providenciá-los).
Espalhe um pouco de gergelim torrado por cima.
Quando preparei esta entrada pela primeira vez tive dificuldade na escolha do pepino.
Não sei como Freud vai analisar minha escolha.
Existe pepino verde, pepino japonês, pepino caipira e pepino em conserva.
Pepino verde, – oras, todos eles são verdes, os pepinos.
Pepino em conserva já vem no vidro, então não deve servir.
O pepino japonês, ensinou a vendedora da terra do sol nascente, não é aquele pequenininho. É o fininho.
O pepino caipira, conforme a vendedora, sempre sobra nas prateleiras. Sugiro chamá-lo pepino sertanejo, decerto vai vender mais que cedê de Zezé di Camargo e Luciano.
Será que tenho mesmo que escolher?
Divagações à parte. Tome nota da receita:
– 3 colheres de sopa de vinagre de arroz
– 2 colheres de sopa de molho de soja
– 1 colher de sopa de açúcar
– 4 colheres de sopa de água
– 2 pepinos japoneses
– um punhado de polvo cozido, kani kama e/ou camarão cozido– um punhado de sal
– gergelim torrado
Corte os pepinos ao comprido, em duas partes, tire as sementes. Corte em fatias finas. Salgue as fatias. Deixe descansar meia horinha.
Observação: Jamais peça este prato em restaurante quando o sushi man for baiano. A meia horinha sugere que ele pode dormir numa rede e esquecer o tempo passar. Ponha as fatias salgadas e descansadas em uma peneira, lave em água corrente e escorra bem.
Misture os 4 primeiros ingredientes em uma tigela, adicione as fatias escorridas e misture novamente.
Coloque em cumbuquinhas individuais, chamadas ochawan. Particularmente, continuo a chamá-las de cumbuquinhas.
Acrescente kani kama, polvo ou lula cortados em pedaços pequenos (se antes escrevi camarões, então se vire, vá rapidamente providenciá-los).
Espalhe um pouco de gergelim torrado por cima.
Quando preparei esta entrada pela primeira vez tive dificuldade na escolha do pepino.
Não sei como Freud vai analisar minha escolha.
Existe pepino verde, pepino japonês, pepino caipira e pepino em conserva.
Pepino verde, – oras, todos eles são verdes, os pepinos.
Pepino em conserva já vem no vidro, então não deve servir.
O pepino japonês, ensinou a vendedora da terra do sol nascente, não é aquele pequenininho. É o fininho.
O pepino caipira, conforme a vendedora, sempre sobra nas prateleiras. Sugiro chamá-lo pepino sertanejo, decerto vai vender mais que cedê de Zezé di Camargo e Luciano.
Será que tenho mesmo que escolher?
8 comentários:
De pepinos minha vida anda abarrotada, mas é sempre agradável descascar mais um através da prosa elegante de Roberto Klotz.
.
Uma idéia original aliada ao bom trato com as letras - bela receita pra produzir uma obra de qualidade.
Não posso deixar de citar o "Poema Culinário" de Drummond, que trata também de uma receita, mas é bastante diferente do seu.
Muito bom, Klotz.
Parabéns e sucesso.
Abraços.
,
Sugiro o modo enfático de usar a expressão, como vejo, pelo menos, aqui no Rio:
"Para nós, monoglotas, é um tremendo pepino falar apenas uma língua."
Um abraço.
discordo do Áureo Felipe....
"um tremendo pepino" é como todo o mundo fala nas explosões do dia-a-diam em qq lugar do Brasl.
Escritor tem q usar as expressões comcorriqueiras de um jeito um pouquinho diferente dos outros.
Aqui em SP, tb enfrento algum "tremendo pepino" todo santo dia... mas pra escrever sobre isso é melhor não chamar nem o pepino de 'tremendo' nem o dia de 'santo...
gostosa a sua crônica , Klotz!
Chego por acá vindo de vagabundos dias, pra conhecer um conluio agradável de palavras...
Pepinos são pepinos,,, só e tão somente...
Foi muito bom ler sobre globalização e tudo mais com leveza, conexidade e bom humor...
Abraços e culinárias invenções!
Leguminosamente bom. Prosa elegante, bem assinalado pelo Zé Limão.
Hehehehe, muito bom como sempre! Aquelas reflexões sobre mono, hilárias, hehehehhe.
Eu gosto dessa saladinha de pepino, mas sem polvo ou lula - os bichos são interessantes, mas comê-los é mt nojento! Fico com o kani. Mas poderia haver uma opção vegetariana. :-) (Lembrei da Eliz! :-P)
Um prato de bom-humor! Hors d'oeuvre politicamente correto: lulas e pepinos.
Postar um comentário