quinta-feira, 15 de novembro de 2007

UMA NOVA REVELAÇÃO

Num instante, pareceu-lhe que o ponteiro do relógio parara.

Mas, ouvira o sino, vivera aquele momento. O tempo prosseguia.

Estava estupefato! Era cientista. Mente brilhante nos estudos da quântica. Conhecia a fundo a Teoria Geral da Relatividade.

Tempo e espaço... estaria louco, ou vira de fato o ponteiro do relógio pausar? Olhou agora o seu relógio de bolso. Estava rigorosamente acorde ao do campanário. Trinta longos segundos acreditara ter se passado. Uma abstração! O mundo sofrera um descompasso no segmento espaço-tempo!

A mente fervilhava, como se recebesse num jacto a canalização do Alto, no momento fatídico e urgente de mais uma revelação à Humanidade.

Lembrou-se de Einstein, Newton, Salomão, Franklin, Descartes. da Vinci, Paulo de Tarso, Cipriano, do Mahatma a chorar sob o impiedoso portal cerrado da Agartha... e ditar com urgência as idéias fugidias que retivera na mente, receoso de perde-las para sempre...

Correu à escrivaninha, esquadrinhou uma, duas laudas, fórmulas, teoremas, postulados... Estava diante da grande resposta que atravancara a Humanidade até então: o espaço-tempo, a relatividade do universo, das dimensões, o salto quântico que traria a ciência e a religião ao campo inalienável dos fatos.

A chave estava em suas mãos, trêmulas. Compreendia então o real fundamento do “déjà vu”, dos discos luminosos colocando os militares do ar em frequentes apuros diante da comunidade ufológica, a fieira incontável dos fenômenos ditos paranormais, a vida como um patético ato teatral, rigorosamente representada - início, meio, fim.

Deus era de fato Sempiterno e Todo-Poderoso. O livre-arbítrio um grande engano. E o Big Bang, o início de um fim que igualmente era um início.

Num momento, caiu fulminado sobre sua própria mesa. Não pôde suportar tamanha Luz. Porque Einstein tivera neurônios torrificados. Newton estremecera ao acompanhar a queda da maçã. E da Vinci canalizara toda sua demência nos traços da Gioconda e da Santa Ceia.

Mas, aquela Revelação, era prematura. Os Céus falharam.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom pra caramba!

Marco Ermida Martire disse...

ah, esse tema de revelações me interessa sempre. Ficou uma contradição nessa falha apontada. Desenvolve mais, no favor!

Abraço.