terça-feira, 16 de setembro de 2008
Sopro (o poema infinito até o meu fim)
Escrito por
Barbara Leite
Um índio morre queimado,
indefeso, dormindo.
Descaso.
Morreu.
Problema de exclusão!
Trinta morrem na igreja
de deus, do Quênia.
Peleja.
Morreram.
Problema de uma nação!
Os pais mortos a paulada
ganância, barbárie,
facada.
Morreram.
Problema de educação.
Um menino arrastado,
pela rua, para a morte.
Pecado.
Morreu.
Problema de alienação.
Uma bela arremessada
da janela, pelos ares
Judiada.
Morreu.
Problema de degradação.
Dois irmãos esquartejados
Deus do céu que
desgraçados!
Morreram.
Problema de legislação
Morrem homens todo dia
que somam-se aos índices.
Ironia.
Morreram.
Problema de coração.
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