sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Fragmentos.

A Marcha

os pelotões da brigada militar eram a sensação do dia. muito antes de sua formação Lucas disputava, empolgado, torneios de xadrez num colégio de padres. Figueiredo entrou no jogo e pôs o menino pra marchar. o pequeno estrategista aderiu ao golpe. o cavalo, mesmo dado, não convinha olhar os dentes.


A Ópera dos Garis

a cantoria solitária da avenida só era audível aos varredores de rua. cada esquina, uma nota. a cidade regia sua orquestra sinfônica em aparente desordem. Vivaldi não faria melhor. enquanto suas luzes eram apagadas pelo dia, o espetáculo ganhava força. as vassouras e pás como os violinos e violoncelos faziam-se fundamentos. fim de expediente. o artista maltrapilho dorme ao som da ópera das ratoeiras...

2 comentários:

Glauber Vieira disse...

Belos retratos de um instante. Gostei principalmente do segundo.

Anônimo disse...

A Marcha ou a Mancha. Naquela época os sentidos eram podados.
A Ópera dos Garis me fez lembrar das limpezas da Marquês de Sapucai durante o Carnaval. Em falar em garis, esta é a época de sermos chamados de padrinhos por eles. Feliz Natal!