sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Maremoto


São ciclos desejando
oceanos e paz
quase suplicando areia
e rede

E depois, tudo tanto faz.

O mar causa angústia
por mais de cinco dias
Ser descalça, inflama
a mente

Me consolo nas águas de minha mãe
por mais um instante

Ninguém é ileso ao asfalto:

É preciso um Niemeyer ao alcance
é necessário que meu olhar se fragmente
na próxima parede

assim lembro-me pequena e
limitada.

Uma vez infectada de pressa
Apresenta-se sintoma latente de
Madalena e Mariana.

Mochila de novo nas costas
O último olhar de paulistana.
Riso, gratidão e alívio num
suspiro alto

E eu ainda
Morro de São Paulo


Barbara Leite

Um comentário:

Unknown disse...

O apego às raízes, tornando a alma uma profunda árvore infinita de apegos vários, indissociáveis, alimentantes do sentimento pleno da segurança toda existencial que dá repouso e serenidade.