segunda-feira, 6 de abril de 2009

Sabatina Silvestre



Só. Sábia, a sabiá sabia safar-se das sandices dos safados sicofantas. Só. Sonhos suaves e sonoros sonhava sua santidade sacripanta. Só. Sagrados sortilégios soluçava de soslaio. Só. Sobressaía sobremodo sua silhueta sinuosa. Só. Sentava-se, sorvia e soprava o saxofone soprano. Só. Sentia-se surda, solitária e sem sorte. Só. Sensata, solfejava satisfeita sua sina selvagem e sarnenta. Só. Somatizava a surdez dos suados e secos sacos de saliva. Só. Sazonava simplórias siriricas sem sal, sem sabor. Só. Silicones sem seios. Só. Stacatos sorrateiros. Só. Sindicatos solidários. Só. Sorumbáticos sorridentes. Só. Sábados sem sol. Só. Silvos sem som. Só. Serafins sem sexo. Só. Sifões semeavam serpentes sagazes. Só. São Sebastião servia sarapatel com sermão. Só. Saúvas saudáveis sangravam silêncios. Só. Solidão. Só solidão.

Carlos Cruz - 31/03/2009

2 comentários:

A Gata por um Fio disse...

sementes sãs, são seus soletrados silabares, assogados por esses, siciados aos nossos ouvidos

Rita Medusa disse...

Adorei,fiquei tonta rs