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Na sala de reuniões do Colégio Francisco de Assis dois professores se encontram após o feriadão:
-Marina minha linda, não gostou do carnaval? Parece tão triste...
-Um Arlequim não morreu pelo amor de uma Colombina nesse ano. Uma lástima!
-Lá vem você com seus livros. Quem disse que Arlequim morre pela Colombina? Que eu saiba, ele fica chorando apenas...
-Seu grosso, insensível! Não sabe de nada...Todo carnaval um Arlequim morre pelo amor de uma Colombina, sim.
-Calma...Cada louco com sua mania, melhor não contrariar. Deu uma sonora gargalhada e saiu da sala.
A moça abriu a janela e fitou o horizonte recordando o dia anterior...
Os olhos fixos e avermelhados imploravam por ajuda. Parecia um choro sem lágrimas, um último pedido de um moribundo, um grito no escuro...
_Calma. Logo a dor passa. Não se agite, prometo ficar contigo até o final.Quer que segure sua mão?
A moça estava ajoelhada ao lado do rapaz. Parecia uma deusa com aqueles olhos azuis e pele acetinada. Usava um shortinho branco e transparente, deixando a mostra um minúsculo e alucinante fio dental preto, detalhes que fizeram o rapaz não desgrudar mais desde que a vira no salão do clube naquela terça de carnaval.
-Isso. Relaxa...
O rapaz estava amontoado no chão do banheiro feminino, a moça ao seu lado com suas pernas grossas por sobre sua barriga. O barulho dos músicos agora soava infernal. Tinha os braços paralisados, a cabeça doía, na boca uma espuma branca escorria e um tremor aumentava a cada segundo. A voz sumira, queria gritar por socorro, mas era como se tivessem cortado suas cordas vocais. Precisava ser socorrido. Parecia uma overdose de alguma droga, não era apenas álcool, nem tinha bebido tanto...Claro! Ela devia ter colocado algo em sua bebida...Meu Deus! Mas por que não o socorria? E por que parecia se divertir com a situação? Não percebia que estava morrendo?
-Vamos meu lindo...Não tenho a noite toda. Morra de uma vez. Acho que precisa de mais uma dose...Abriu a bolsa e ele desmaiou. A última lembrança foi de um sentimento de desespero por saber que ia morrer, misturado ao ódio por ter caído num truque tão macabro. A moça era linda! Como ele ia adivinhar que era doida?
Pela manhã:
-Cara, fica calmo! Você está bem agora!Tudo vai ficar bem.
Seu amigo o consolava na cama do pronto socorro.
-Mas...E ela?
-Fica sossegado, se existiu alguma moça já foi embora...
-Não acreditam em mim não é...Eu juro que falo a verdade!
-Encontramos você no banheiro feminino encharcado de álcool e sabe-se lá o que mais...O importante é que foi socorrido a tempo, podia ter morrido veio!
-Não tinha uma moça comigo?
-Cara! Tinha muita mulé ao seu lado, parecia um príncipe árabe no céu ao lado das 70 virgens. Deu uma gargalhada.
-Era uma doida..A moça tentou me matar...
-Claro, claro...Agora fica quietinho ou essa agulha sai do seu braço. Para de se agitar!
-Ela tentou me matar cara...
-Tudo bem, já passou. Amor de carnaval cara, violento mas passa logo. Fica frio...
-Dormiu...Quanto tempo vai durar a alucinação doutor? Ele diz que alguém tentou matá-lo...
-Vai dormir o resto do dia. Logo estará bem. Não se preocupe, pode ir. A noiva vai cuidar bem dele.
-Noiva? Ele não tem noiva...
-Não? Eu podia jurar que...Bom, noiva, irmã, vizinha, sei lá...Alguém da família ja telefonou e está vindo.Pode ir tranquilo.
-Engraçado, eu não avisei ninguém...Ele deve ter ligado...Melhor assim.-Eu vou sim, até a noite doutor. Obrigado por tudo.
-Marina minha linda, não gostou do carnaval? Parece tão triste...
-Um Arlequim não morreu pelo amor de uma Colombina nesse ano. Uma lástima!
-Lá vem você com seus livros. Quem disse que Arlequim morre pela Colombina? Que eu saiba, ele fica chorando apenas...
-Seu grosso, insensível! Não sabe de nada...Todo carnaval um Arlequim morre pelo amor de uma Colombina, sim.
-Calma...Cada louco com sua mania, melhor não contrariar. Deu uma sonora gargalhada e saiu da sala.
A moça abriu a janela e fitou o horizonte recordando o dia anterior...
Os olhos fixos e avermelhados imploravam por ajuda. Parecia um choro sem lágrimas, um último pedido de um moribundo, um grito no escuro...
_Calma. Logo a dor passa. Não se agite, prometo ficar contigo até o final.Quer que segure sua mão?
A moça estava ajoelhada ao lado do rapaz. Parecia uma deusa com aqueles olhos azuis e pele acetinada. Usava um shortinho branco e transparente, deixando a mostra um minúsculo e alucinante fio dental preto, detalhes que fizeram o rapaz não desgrudar mais desde que a vira no salão do clube naquela terça de carnaval.
-Isso. Relaxa...
O rapaz estava amontoado no chão do banheiro feminino, a moça ao seu lado com suas pernas grossas por sobre sua barriga. O barulho dos músicos agora soava infernal. Tinha os braços paralisados, a cabeça doía, na boca uma espuma branca escorria e um tremor aumentava a cada segundo. A voz sumira, queria gritar por socorro, mas era como se tivessem cortado suas cordas vocais. Precisava ser socorrido. Parecia uma overdose de alguma droga, não era apenas álcool, nem tinha bebido tanto...Claro! Ela devia ter colocado algo em sua bebida...Meu Deus! Mas por que não o socorria? E por que parecia se divertir com a situação? Não percebia que estava morrendo?
-Vamos meu lindo...Não tenho a noite toda. Morra de uma vez. Acho que precisa de mais uma dose...Abriu a bolsa e ele desmaiou. A última lembrança foi de um sentimento de desespero por saber que ia morrer, misturado ao ódio por ter caído num truque tão macabro. A moça era linda! Como ele ia adivinhar que era doida?
Pela manhã:
-Cara, fica calmo! Você está bem agora!Tudo vai ficar bem.
Seu amigo o consolava na cama do pronto socorro.
-Mas...E ela?
-Fica sossegado, se existiu alguma moça já foi embora...
-Não acreditam em mim não é...Eu juro que falo a verdade!
-Encontramos você no banheiro feminino encharcado de álcool e sabe-se lá o que mais...O importante é que foi socorrido a tempo, podia ter morrido veio!
-Não tinha uma moça comigo?
-Cara! Tinha muita mulé ao seu lado, parecia um príncipe árabe no céu ao lado das 70 virgens. Deu uma gargalhada.
-Era uma doida..A moça tentou me matar...
-Claro, claro...Agora fica quietinho ou essa agulha sai do seu braço. Para de se agitar!
-Ela tentou me matar cara...
-Tudo bem, já passou. Amor de carnaval cara, violento mas passa logo. Fica frio...
-Dormiu...Quanto tempo vai durar a alucinação doutor? Ele diz que alguém tentou matá-lo...
-Vai dormir o resto do dia. Logo estará bem. Não se preocupe, pode ir. A noiva vai cuidar bem dele.
-Noiva? Ele não tem noiva...
-Não? Eu podia jurar que...Bom, noiva, irmã, vizinha, sei lá...Alguém da família ja telefonou e está vindo.Pode ir tranquilo.
-Engraçado, eu não avisei ninguém...Ele deve ter ligado...Melhor assim.-Eu vou sim, até a noite doutor. Obrigado por tudo.
2 comentários:
hehehe, tô em goiânia com o deveras, nem pude postar minha coisa. ´[s
esse anônimo nem precisa assinar não é mesmo? eita mão!
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