sexta-feira, 28 de agosto de 2009

WHO IS IT FOR?... WHAT DOES SHE CARE?




Aquele gosto metálico na boca
Saboreando o seu sangue, o próprio sangue!
A água cai toda semana como um ritual
Como uma busca por vida
Gosta de estar sozinha, do isolamento
E do gosto de seu sangue
Sentia o peso demasiado humano
Sentia a fúria e alegria dentro do segundo
A camiseta suja, com cheiro de suor e labuta
A felicidade da conquista e a preguiça do inicio
Gosta de sentir seu corpo de forma delicada
Tem medo do temperamento
E quando ele é um convidado
Guarda a máscara numa num baú perto da cama
Não gosta de pentear os cabelos
E mesmo assim o faz corriqueiramente
Tem certa aversão a homens de meia idade
Usa roupas que a fazem feliz
Como meia calça e chinelo de vovó
Fala, fala, escreve e publica
E ninguém ouve ninguém nunca irá ouvir (às vezes lêem)
As palavras morrerão juntamente com ela
Sente uma grande felicidade quando ele esta vestindo vermelho
E sempre diz a ele e repete para si
Ele fica lindo de vermelho
Isso a faz lembrar do gosto do sangue
Gosta do cheiro e de lembrar
Veste o medo, e saboreia vagarosamente a tristeza
Lambendo com prazer e angustia
Preferia ganhar caixas de música
Mas nunca aconteceu
Provavelmente nunca acontecerá
Os amigos dela não se importam com as coisas que ela pensa
Ela é sempre muito fechada dizem
Estúpida às vezes
Mas ela sabe que quando tem vontade
Sua máscara brilha nos olhos alheios
Detesta imensamente que cobrem seu afeto
Cada um que se baste
Se estiver com tanta vontade
Sente ao lado em silencio
Espere por alguns anos se passarem
A felicidade virá, ela garante
Não tem uma legião de fãns
Não recebe ligações nos finais de semana
E sempre preferiu assim
A companhia que lhe agrada
É silenciosa e sábia
Gostaria de morar no Alaska
Sentir frio e solidão dentro das camisas de flanela
Tomar café quente e caminhar com desconhecidos
Mas às vezes pinta ele nesses quadros
É às vezes ela pinta
Como aquele desenho que fica colado na parede
E sempre que as horas são iguais ela olha pra ele
Parece que se condicionou a isso
Ela se enjoa de tudo e principalmente de todos
As duas pessoas que ela mais aprecia
Por suas inteligências bestiais
E complexidade
Nasceram no mesmo dia...
O que não quer dizes nada...
Mas é uma engraçada coincidência
Uma delas é o Bukowski
A outra é muito melhor!
E impressionantemente ela ainda não se enjoou dela
Num dia odeia azul
No outro se veste da cabeça aos pés de marinho, índigo e celeste!
Tem uma ilusão recorrente
De que um dia o mundo vai virar fantasia
E ela vai sair voando por entre as pessoas fedidas
Sem ninguém perceber porque ela será a mulher invisível
Mas mesmo evitando a realidade
Tem fé em sua morte
E no gosto maravilhoso que seu sangue deixará na terra
Ela vai viver na eternidade de seus coágulos
Mesmo que ela nunca tenha existido:
Realmente!




Audrey Carvalho.

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