Sem desistir.
Não venha com dramas já não choro ou descabelo,
da sua menina resta a mulher sem pressa,
a parte mais forte daquela que por você ressuscitava
a coragem de quem gozava dos carinhos o melhor.
Passei da fase de ter alguém pelas metades
se é isso o que quer procure outra qualquer,
meu passo é longo e mais longe estão meus olhos,
os dedos querem geografia carnal de alguém com fome.
Não ouse ligar ou pense em surpresas,
cansei de brincar com quem não sabe jogar,
respiro a beleza dos que sabem amar sem temores
os recortes enluarados dos meus destinos de fêmea.
Eu quero sugar dos delírios os risos alados,
as rebentações de todos os gozos mordidos
e adormecer suada em braços exaustos
sem noção de que possa no aconchego haver perigo.
Há em meu peito o tremor de mil silêncios,
basta de dores e amores vadios, vazios.
Caía fora, já passou o seu tempo,
agora só cabe em mim aquele que for para sempre.
(E nem sempre há o para sempre, mas eu insisto).
Eliane Alcântara.
Um comentário:
Somente voce, querida Eliane, consegue colocar vida em tudo que escreve, transmite em simples palavras sublimes mensagens, parabéns
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