terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sem desistir.

Sem desistir.




Não venha com dramas já não choro ou descabelo,

da sua menina resta a mulher sem pressa,

a parte mais forte daquela que por você ressuscitava

a coragem de quem gozava dos carinhos o melhor.



Passei da fase de ter alguém pelas metades

se é isso o que quer procure outra qualquer,

meu passo é longo e mais longe estão meus olhos,

os dedos querem geografia carnal de alguém com fome.



Não ouse ligar ou pense em surpresas,

cansei de brincar com quem não sabe jogar,

respiro a beleza dos que sabem amar sem temores

os recortes enluarados dos meus destinos de fêmea.



Eu quero sugar dos delírios os risos alados,

as rebentações de todos os gozos mordidos

e adormecer suada em braços exaustos

sem noção de que possa no aconchego haver perigo.



Há em meu peito o tremor de mil silêncios,

basta de dores e amores vadios, vazios.

Caía fora, já passou o seu tempo,

agora só cabe em mim aquele que for para sempre.



(E nem sempre há o para sempre, mas eu insisto).



Eliane Alcântara.

Um comentário:

Carlos Lira disse...

Somente voce, querida Eliane, consegue colocar vida em tudo que escreve, transmite em simples palavras sublimes mensagens, parabéns